O novo fármaco para Alzheimer Dananemab, criado pela empresa farmacêutica Eli Lilly, está na fase final de testes clínicos e foi testado em mais de mil voluntários diagnosticados com a doença. De acordo com os resultados, houve uma desaceleração da evolução da demência, mas o inchaço cerebral dos doentes foi um sintoma comum e provocou a morte a duas pessoas.
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Apesar de o medicamento Donanemab ter sido criado para remover a acumulação da placa beta-amilóide, proteína presente no cérebro de pacientes com Alzheimer, funciona também como um anticorpo contra o vírus.
Mais de mil pessoas com Alzheimer voluntariaram-se para fazer os testes clínicos da empresa farmacêutica Eli Lilly. Os resultados dos testes do fármaco foram divulgados pela empresa, esta quarta-feira. E mostraram que o novo tratamento conseguiu reduzir a progressão da doença em 29% na generalidade dos pacientes e em 35% num conjunto de voluntários que os investigadores consideram mais propensos a responder positivamente ao tratamento.
De acordo com os resultados, a toma do medicamento possibilitou aos voluntários executar tarefas do quotidiano, como conduzir e praticar atividades de tempo livre. No entanto, o inchaço cerebral foi um efeito colateral comum em alguns pacientes, tendo provocado duas mortes, havendo uma terceira ainda em investigação.
"Estamos convencidos dos potenciais benefícios clínicos que o Donanemab pode proporcionar, embora existam riscos associados que podem ser uma grave ameaça à vida, como muitos outros tratamentos eficazes para doenças debilitantes", disse Mark Mintun, um dos responsáveis pela investigação. Segundo uma especialista da Universidade de Bristol, ouvida pela BBC, apesar de haver "efeitos colaterais significativos", o medicamento poderá "ajudar as pessoas a viver bem com a doença de Alzheimer durante mais tempo".
O facto de o medicamento conseguir retardar a doença ao atingir a beta-amilóide está a convencer os cientistas de que estão no caminho certo, após décadas de estudos.
De acordo com a farmacêutica, o novo medicamento funciona apenas na fase inicial da doença. A empresa iniciará o processo de aprovação do medicamento nos próximos meses, apenas para uso em hospitais.