O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito anunciou, esta quinta-feira, que entraram 16 mil estrangeiros no país nos últimos dias, 14 mil dos quais sudaneses que fogem ao conflito que já fez mais de 500 mortos.
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"Os esforços do Egito para facilitar a entrada dos desalojados provenientes do território sudanês durante os últimos dias têm tido sucesso", disse o ministério, num comunicado citado pela agência Efe, que salienta que 90% das pessoas que entraram no país nas últimas semanas têm nacionalidade sudanesa.
As duas mil pessoas que se juntam aos sudaneses no Egito são provenientes de 50 países, havendo também outros estrangeiros que trabalham em seis organizações internacionais, acrescentou o porta-voz do ministério.
"Os esforços egípcios continuam 24 horas por dia para facilitar a receção dos cidadãos que fogem dos confrontos militares no Sudão", aponta-se no comunicado, que salienta ainda a importância de "garantir a assistência humanitária necessária".
Os sete países que fazem fronteira com o Sudão (Egito, Sudão do Sul, Líbia, Eritreia, Etiópia, República Centro-Africana e Chade) já manifestaram a preocupação pelo impacto do conflito entre o Exército sudanês e o poderoso grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), que começou há 12 dias.
Nos últimos dias, aproveitando uma trégua humanitária de 72 horas mediada pelos Estados Unidos da América, que abrandou mas não cessou as hostilidades, vários países tentaram aproveitar esses dias para retirar os seus cidadãos.
Até agora, as Nações Unidas disseram que entre 10 a 20 mil sudaneses fugiram para o Chade, um número que se junta aos 14 mil agora anunciados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito.
Os combates, que começaram em 15 de abril entre o exército sudanês e as RSF, que mergulharam o Sudão numa das piores crises da sua história recente, seguiram-se a semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição.
Ambas as forças estiveram por trás do golpe que derrubou o governo de transição do Sudão, em outubro de 2021.