O Egito rejeitou a proposta do líder da oposição israelita, o antigo primeiro-ministro Yair Lapid, de assumir a administração da Faixa de Gaza, considerando-a uma “ideia inaceitável” e contrária à posição egípcia e árabe sobre a causa palestiniana.
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“Qualquer ideia ou proposta que contorne aquelas constantes na posição egípcia e árabe [sobre Gaza] é rejeitada e inaceitável”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Tamim Khalaf, citado pela agência de notícias oficial egípcia MENA.
As declarações do porta-voz do ministério egípcio surgem um dia depois do líder da oposição israelita ter proposto que o Egito assuma a responsabilidade pela Faixa de Gaza durante 15 anos, após o fim da guerra entre Israel e o movimento extremista palestiniano Hamas, em troca de um perdão significativo da dívida egípcia.
“No centro do plano: o Egito assumirá a responsabilidade por Gaza durante 15 anos, ao mesmo tempo que a sua dívida externa de 155 mil milhões de dólares (147 mil milhões de euros) será cancelada pela comunidade internacional”, anunciou Yair Lapid durante um discurso na Fundação para a Defesa das Democracias (FDD) em Washington, publicado na rede social X.
A deslocação forçada da população de Gaza foi sugerida no início de fevereiro pelo presidente norte-americano, Donald Trump, após o seu encontro com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em Washington, e foi rapidamente aceite pelas autoridades israelitas, mas duramente criticada por grande parte da comunidade internacional, em especial pelos países da região.
Donald Trump propôs colocar a Faixa de Gaza - devastada pela guerra entre Israel e o Hamas - sob controlo dos Estados Unidos e transferir os seus 2,4 milhões de habitantes, principalmente para os países vizinhos, a Jordânia e o Egito.