O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, sugeriu esta quarta-feira que “Israel transferisse civis palestinianos para o deserto de Nakab [Negev], em Israel, até terminar as operações com o Hamas e outras milícias islâmicas”.
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A passagem de Rafah, na península do Sinai, no Egito, é a única fronteira terrestre da Faixa de Gaza com outro país que não Israel. O chefe de Estado egípcio afirma que abrir o corredor a civis “significa simplesmente que a ideia da resistência e da luta de Gaza passará para o Sinai”, alargando o campo de batalha até à região egípcia.
Abdel Fattah al-Sisi alega que o que está a acontecer em Gaza “não é apenas um ato militar contra o Hamas, mas uma tentativa de pressionar os habitantes civis a migrar para o Egito", segundo a agência Reuters. O presidente teme um êxodo em massa “de palestinianos de Gaza para o Egito [que] significa que a mesma deslocação acontecerá com os palestinianos da Cisjordânia para a Jordânia”, cita a Agence France-Presse.
O chefe de Estado explicou, em declarações citadas pela agência francesa, que “não fechou a passagem de Rafah” e que a ajuda humanitária apenas está retida devido aos “bombardeamentos israelitas”. Neste momento, centenas de camiões com apoio humanitário vital para os palestinianos estão parados no deserto egípcio do Sinai e impossibilitados de entrar no enclave.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que cerca de um milhão de civis palestinianos estão deslocados. “Na realidade, os civis não têm para onde ir – nenhum lugar para escapar das bombas e dos mísseis e nenhum lugar para encontrar água ou comida ou para escapar da catástrofe humanitária em curso”, disse Joyce Msuya, subsecretária geral da ONU.