Os eleitores residentes em Amesterdão nas eleições neerlandesas de 22 de novembro poderão votar num local incomum: a mundialmente famosa Casa de Anne Frank, disse o autarca da cidade.
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Femke Halsema disse, numa carta ao conselho municipal, na quinta-feira, que “será dada atenção extra à segurança desta assembleia de voto, dada a situação em Israel e nos Territórios Palestinianos”.
A casa à beira do canal, uma das principais atrações da cidade, estará fechada para visitantes, mas poderá permitir a entrada de turistas "se, na prática, poucas pessoas realmente forem lá votar", disse o autarca.
Em comunicado, a Casa de Anne Frank disse que concordou em ser um local de voto, pois “é um dos lugares que nos lembra o que acontece quando a democracia e o Estado de direito desaparecem”. “Anne Frank nasceu num país democrático, que se transformou numa ditadura quatro anos depois”, disse Ronald Leopold, diretor da Fundação Anne Frank.
“É importante perceber que a democracia é frágil e que devemos valorizar os nossos valores democráticos”, acrescentou, dizendo “esperamos receber muitos cidadãos de Amesterdão no dia das eleições”.
Os Países Baixos vão às urnas no final deste mês para o que promete ser um evento político sísmico, com novos partidos a abalar o "status quo" e o atual primeiro-ministro Mark Rutte a demitir-se após um mandato recorde de 13 anos. As sondagens sugerem que um partido emergente criado pelo popular Pieter Omtzigt está atualmente marginalmente na liderança, seguido pelos principais partidos de centro-direita e centro-esquerda.
O museu preserva a casa à beira do canal onde a família judia Frank se escondeu dos nazis e onde Anne, nascida na Alemanha, escreveu o seu famoso diário, um dos relatos mais assustadores do Holocausto, que já vendeu cerca de 30 milhões de cópias. Após dois anos escondida, Anne Frank ea sua família foram capturadas numa operação em 1944. A adolescente e a irmã morreram no campo de concentração de Bergen-Belsen em 1945. O museu recebe cerca de um milhão de visitantes todos os anos.