Dois dos maiores jornais norte-americanos concluíram que os emails do computador do filho de Joe Biden, Hunter, usados por Trump e acólitos para atacar o atual presidente dos EUA durante a campanha eleitoral, são verdadeiros e que o famoso portátil realmente existe.
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O "Washington Post" (WP) revelou, na quarta-feira, que dois especialistas em segurança cibernética validaram cerca de 22 mil emails, de 2009 a 2019, incluindo mensagens relacionadas com negócios de Hunter Biden com a China ou com uma companhia energética na Ucrânia.
Os emails, encontrados num computador deixado para arranjar numa loja em Wilmington, a terra natal dos Biden, foram usados por Trump para atacaro adversário durante a campanha presidencial de 2020. Na ocasião, tanto o WP como o New York Times (NYT) desvalorizaram os dados revelados por tabloides como o "New York Post" (NYP) ou do "Daily Mail" (britânico), tendo considerado que as mensagens de correio eletrónico seriam parte de uma campanha de desinformação russa.
Alguns dos emails, que agora tanto o WP como o NYT consideram verdadeiros, referem-se a um acordo do filho do presidente Biden com o conglomerado chinês da área energética CEFC, em que teria recebido cerca de cinco milhões de dólares (cerca de 4,5 milhões de euros), segundo o "Washington Post".
Outros emails estão relacionados com o trabalho de Hunter Biden com a companhia energética ucraniana Burisma, que terá pago um milhão de dólares (cerca de 890 mil euros) ao filho do atual presidente dos EUA.
Em outubro de 2020, em plena campanha para as eleições de novembro, o NYP revelou, em exclusivo, a existência de emails potencialmente comprometedores para Hunter Biden, recolhidos de um computador deixado pelo dono numa loja em Wilminton, no Delaware.
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O portátil foi deixado em abril de 2019 e não mais reclamado. Segundo o Post, o computador pertencia a Hunter Biden, assim como os emails que o comprometeriam. Esta informação foi usada por Donald Trump, mas desmentida pela campanha de Biden. Na ocasião, tanto o NYT como o WP consideraram que não era possível verificar a autenticidade daquele correio eletrónico.
Agora o WP, que diz ter passado nove meses a analisar, com ajuda de peritos em informática, o conteúdo de uma cópia do disco rígido daquele computador, concluiu que os emails são verdadeiros e atribuídos a Hunter Biden.