Adão Barbosa, um português radicado em Toulouse (França) há 13 anos, ainda não consegue acreditar que o jovem "brincalhão e bom vizinho" que conhecia desde "miúdo" era, afinal, um terrorista.
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Ao JN, este emigrante contou que Mohamed Merah (o autor confesso dos sete homicídios em Toulouse e Montauban) "gostava de ajudar o próximo" e que apenas o ouviu criticar "as leis que eram contra os muçulmanos".
O franco-argelino, de 23 anos, estaria atualmente no fundo de desemprego. Vivia sozinho no nº 17 da Rua du Sergent Vigné e era a mãe quem lhe cuidava do apartamento. Adão Barbosa diz que tanto a mãe como os irmãos são também "pessoas de bom trato".
Depois do choque, esta quinta-feira, os vizinhos de Mohamed Merah já começaram a sentir algum alívio. Os que vivem dentro do perímetro de segurança montado durante o cerco policial puderam já regressar a casa. A água e a energia elétrica foram já repostas. O abastecimento de gás será retomado esta sexta-feira.
"Mal dormimos estas últimas noites, com o barulho dos tiros e das explosões. Parecia que estávamos em guerra. Tivemos medo do que pudesse acontecer, uma vez que ele tinha muito armamento em casa", acrescentou o emigrante português.
Aos pouco, este bairro de Toulouse vai regressando à normalidade.