Edgar Videira, emigrante na Suíça há mais de 20 anos, estava a trabalhar num prédio, a cerca de 200 metros do local onde, esta manhã, os andaimes de uma torre em construção caíram e mataram um português, deixando um outro ferido. Ouviu "um grande estrondo" e correu a ver se os amigos, numa obra ao lado, estavam bem.
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A pronúncia não engana, são mais de 20 anos na Suíça. Esta manhã, a bateria de telemóvel teve de ser carregada mais que uma vez. São muitas as chamadas da família e dos amigos que querem saber se o encarregado da construção civil, 42 anos, natural de Alfândega da Fé, está bem.
"Foi na hora da nossa pausa da manhã, por volta das 9.15 horas (8.15 horas em Portugal continental), ouvimos um estrondo enorme, durante cerca de 10 segundos. Corremos a ver o que se passava, porque temos uma obra mesmo ao lado dessa torre de 60 metros de onde caíram os andaimes", conta.
Ao aproximar-se, viu que havia trabalhadores a retirarem alguns feridos da amálgama de andaimes. "Foram ajudando a retirar quem viam, até à chegada dos serviços de emergência. A obra está na fase final, já nem sequer lá têm a grua. Está quase a ser terminada".
Sem certezas quanto ao número de trabalhadores e à nacionalidade, "é possível haver portugueses", admitia, relatando ainda que poderiam existir outras vítimas porque o prédio afetado se localiza junto a uma paragem de autocarro e os andaimes estavam sobre um passeio. mais tarde, soube-se que três pessoas, incluindo um português, morreram no acidente. Informações da Secretaria de Estado das Comunidades dava conta, esta manhã, da morte de dois cidadãos nacionais, mas mais tarde os dados foram corrigidos.
Logo após o acidente, "as autoridades criaram um perímetro grande e estão a inspecionar o edifício para avaliar as medidas de segurança com drones. Já esteve cá um helicóptero, voltou mais que uma vez, mas já se retirou. Ambulâncias é que foram muitas a vir para cá".
De manhã, as autoridades suíças ainda só tinham confirmado duas vítimas mortais, mas Edgar temia que o número possa aumentar: "falam em nove, mas não é certo", afirmando que a causa do acidente no centro comercial Malley-Lumières, em Prilly, Lausanne, não é conhecida.