
Nasry Asfura e Salvador Nasralla com empate técnico nas presidenciais
Foto: Johny Magallanes e Marvin Recinos / AFP
Dois candidatos de direita, o empresário Nasry Asfura, apoiado por Donald Trump, e o apresentador de televisão Salvador Nasralla, estão praticamente empatados, de acordo com resultados preliminares das presidenciais nas Honduras.
Corpo do artigo
Asfura, ex-autarca da capital, Tegucigalpa, de 67 anos, lidera a corrida contra Nasralla, de 72 anos, por apenas 515 votos, após a contagem digital de 57% das urnas, anunciou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) hondurenho.
Na segunda-feira, Ana Paola Hall reconheceu, na rede social X, que esta estreita margem de vitória, considerando a margem de erro, constitui um "empate técnico".
A dirigente pediu paciência aos eleitores e acrescentou que a recontagem manual dos votos, que já está em curso, pode demorar vários dias. "Os números falarão por si", disse Asfura, do conservador Partido Nacional, no comité de campanha.
Já Nasralla, do Partido Liberal, disse que, segundo projeções do movimento, lidera com cinco pontos percentuais de vantagem.
Ambos fizeram campanha focados no receio de que manter a esquerda da atual presidente Xiomara Castro no poder levasse as Honduras a tornarem-se outra Venezuela, um país mergulhado numa profunda crise.
Muito atrás nos resultados parciais vinha a candidata presidencial de esquerda, Rixi Moncada, de 60 anos, apoiada pelo partido atualmente no poder nas Honduras.
Trump acusa Governo de "tentar mudar" resultados
"Parece que as Honduras estão a tentar mudar o resultado das suas eleições presidenciais. Se o conseguirem, pagarão um preço elevado!", escreveu Trump, sobre o empate técnico entre os dois candidatos, sem apresentar qualquer prova.
Numa mensagem publicada na segunda-feira, na rede social que detém, a Truth Social, o líder republicano considerou imperativo que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) hondurenho termine a contagem dos votos.
Trump afirmou que a vontade expressa pelos eleitores das Honduras "em números esmagadores" deve ser respeitada. "A democracia deve prevalecer!", acrescentou.
No sábado, a candidata presidencial de esquerda, Rixi Moncada, acusou a Administração dos Estados Unidos de "atos de ingerência" no processo das eleições. "Não há qualquer dúvida que houve duas ações - a três dias das eleições -, que são totalmente intervencionistas", disse a candidata.
Moncada fez referência ao anúncio de Trump de que vai conceder um perdão ao ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernandez, alegando que, "segundo muitas pessoas" que respeita imenso, Hernandez foi "tratado de forma muito dura e injusta". Hernandez foi condenado em 2024 a 45 anos de prisão por tráfico de droga e crimes relacionadas com armas.
Trump também manifestou apoio ao empresário Nasry Asfura. Se Asfura perder a eleição de domingo, afirmou Trump, "os Estados Unidos não vão desperdiçar dinheiro, porque um líder errado só pode trazer resultados catastróficos para um país".
Cerca de 6,5 milhões de eleitores hondurenhos foram chamados às urnas no domingo para escolher entre a continuidade de um governo de esquerda e o regresso da direita, numa atmosfera de elevada tensão política e de violência.
Num país assolado pela pobreza, corrupção e violência, os eleitores das Honduras vão eleger o próximo Presidente, mas também os 128 membros do parlamento e centenas de presidentes de câmara, entre outros cargos, para os próximos quatro anos.
