O Ministério Público italiano considera que a empresa Costa Cruzeiros foi "incrivelmente negligente" na implementação de medidas de segurança no "Concordia", acusando a empresa de não preparar tripulação para situações de emergência.
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O procurador-geral da região da Toscânia, em Itália, Beniamino Deidda, disse, esta terça-feira ao jornal italiano "Corriere della Sera" que o inquérito ao naufrágio do "Costa Concordia" aponta responsabilidades à empresa Costa Cruzeiros.
"Até ao momento, demos atenção apenas aos erros cometidos pelo capitão, que se revelou tragicamente incompetente. Mas quem escolheu o capitão foi a empresa", salientou o procurador-geral.
Beniamino Deidda falou ainda sobre as falhas do navio cruzeiro, como a falta de preparação da tripulação para situações de emergência, quando os responsáveis deveriam simular exercícios de evacuação antes do embarque.
"A confusão que se gerou depois do embate demonstra a falta de preparação da tripulação para emergências como esta", acusou Beniamino.
Extracção do combustível é adiada para sábado
Enquanto decorre o inquérito sobre o naufrágio, as equipas de mergulhadores da companhia holandesa Smit Salvage começaram a preparar-se para extrair as 2,38 mil toneladas de combustível do "Costa Concordia".
A expectativa é de que sejam necessárias cerca de quatro semanas para concluir a extracção de combustível do navio e assim evitar um desastre natural na região.
O responsável da Defesa Civil italiana, Franco Gabrielli, explicou que, caso as inspecções iniciadas nesta terça-feira prossigam no mesmo ritmo, no sábado o combustível começará a ser bombeado.
A extracção será realizada mediante uma perfuração no casco e o combustível começará a ser bombeado em direcção a cisternas externas, enquanto através de uma segunda abertura o tanque receberá água do mar para evitar que o esvaziamento provoque movimentos no navio.