Uma empresa detida por Donald Trump está a vender sapatilhas por 299 dólares que mostram a imagem do ex-presidente norte-americano com manchas de sangue e a erguer o punho no ar, depois de sofrer uma tentativa de assassinato.
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Donald Trump não pára de surpreender. Depois de ter recorrido a uma das fotografias do atentado da Pensilvânia, que foi editada, para publicar na sua página digital e pedir apoios financeiros, agora lançou umas sapatilhas com a icónica imagem de punho erguido e cara ensanguentada. Pelo menos em termos de marketing, o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos já ganhou as eleições de novembro.
Custam cerca de 273 euros (o preço original marca 299 dólares), são fruto de uma edição limitada de cinco mil pares e estão à venda num site que comercializa calçado da marca Trump, gerido pela CIC Ventures LLC, uma empresa detida pelo próprio, de acordo com a divulgação financeira de 2023. Com um bónus: dez desses pares serão autografados aleatoriamente pelo candidato.
Em pleno decurso da convenção dos republicanos, este é mais um exemplo de como tirar dividendos do ataque do passado sábado. Há vários outros artigos, sobretudo tshirts, com imagens e frases associadas aos acontecimentos da Pensilvânia produzidos pela poderosa máquina de campanha.
Dentro do recinto da convenção, em Milwaukee, o ex-presidente norte-americano somou mais pontos, com os discursos de rivais que derrotou nas primárias do partido. Nikki Haley, antiga embaixadora dos EUA junto da ONU e antiga governadora da Carolina do Sul, deixou o seu “forte apoio” e apelou à “unidade” em torno do magnata. Também Ron DeSantis, governador da Florida, foi elogiá-lo, enaltecendo as políticas económicas e de fronteira que pôs em prática quando foi presidente. “O nosso país era respeitado quando Donald Trump era o nosso líder”, disse.
Investigação
Quanto ao atentado de sábado, o inspetor-geral do Departamento de Segurança Interna dos EUA anunciou uma investigação para avaliar a atuação dos agentes dos serviço secretos que protegiam o antigo presidente. E o Irão rejeitou a acusação, feita pelos EUA, de que tinha estado envolvido na tentativa de assassinato.
Do outro lado, o lado do Partido Democrata, cresce o descontentamento em relação a Joe Biden, cujas fragilidades se tornaram mais notórias no primeiro debate que teve com o adversário na corrida à Casa Branca e continuaram, depois, com as embaraçosas trocas de nomes (quando chamou Putin a Zelensky e Trump a Kamala Harris). Segundo uma sondagem divulgada ontem, 65% dos democratas afirmam que o presidente deve retirar-se da corrida e deixar o partido nomear outro candidato.
O estudo do AP-NORC Center for Public Affairs Research, que foi feito entre os dias 11 e 15 mas ficou praticamente concluído antes do ataque na Pensilvânia, revela ainda que aumentou o número de pessoas que consideram Biden mais honesto do que Trump. No entanto, a maioria dos inquiridos aponta o republicano como vencedor e até mais capaz de lidar com uma crise.