
O barco "teria uma cabine luxuosamente decorada e parece ter sido impulsionado exclusivamente por remos"
Foto: Franck Goddio/Ηilti Foundation
Arqueólogos subaquáticos anunciaram, esta segunda-feira, a descoberta dos destroços de um antigo barco de recreio egípcio, com dois mil anos, ao largo da costa de Alexandria.
Mergulhadores encontraram o casco da embarcação, que tinha mais de 35 metros de comprimento e cerca de sete metros de largura, submerso no porto da ilha de Antirhodos, informou o Instituto Europeu de Arqueologia Subaquática (IEASM) num comunicado.
Havia grafites em grego na embarcação que "podem datar da primeira metade do século I d.C." e "apoiam a hipótese de que o navio foi construído em Alexandria".
O barco "teria uma cabine luxuosamente decorada e parece ter sido impulsionado exclusivamente por remos", acrescentou o instituto sediado em Alexandria.
Alexandre, o Grande, fundou a cidade de Alexandria em 331 a.C. Uma série de terramotos e tsunamis que atingiram a costa submergiu a ilha de Antirhodos, que foi descoberta em 1996. Ao longo dos anos, mergulhadores recuperaram estátuas, moedas e outros tesouros no local, alguns dos quais estão em exibição no Museu Greco-Romano de Alexandria.
O diretor do IEASM, Franck Goddio, publicou recentemente um relatório sobre Antirhodos e o seu Templo de Ísis, baseado em explorações subaquáticas realizadas desde a década de 1990. As investigações futuras sobre o naufrágio recentemente descoberto "prometem ser uma jornada fascinante pela vida, religião, riqueza e prazeres náuticos do antigo Egito romano", afirmou o instituto.
Alexandria abriga ruínas antigas e tesouros históricos, mas a segunda maior cidade do Egito é especialmente vulnerável às alterações climáticas e à elevação do nível do mar, afundando mais de três milímetros por ano. Mesmo no melhor cenário previsto pelas Nações Unidas, um terço de Alexandria estará submerso ou inabitável até 2050.
