O corpo de um rinoceronte foi encontrado com os órgãos intactos junto às margens de um rio, na Sibéria. O degelo do pergelissolo permitiu que viesse até à superfície.
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Um morador encontrou o corpo de um "coelodonta antiquitatis", espécie conhecida como rinoceronte-lanudo, perto das margens do rio Tirekhtyakh, na zona leste da Sibéria, na Rússia. Acredita-se que viveu há mais 20 mil anos, no final da era geológica do Pleistoceno, conhecida como era do gelo.
Os cientistas estão impressionados com o estado de preservação do animal, uma vez que alguns dos órgãos ainda permanecem intactos. O corpo veio à superfície devido ao degelo do pergelissolo, um tipo de solo característico do Ártico, na qual a terra e as rochas estão constantemente congeladas.
Especialistas vão levar a descoberta para um laboratório na cidade de Yakutsk para realizarem estudos mais aprofundados, no próximo mês. Serão recolhidas amostras e feitas análises de para datação por radiocarbono.
Valery Plotnikov, cientista na Academia de Ciências Russa, através da análise dos restos mortais, estima que o rinoceronte morreu afogado quando tinha entre três a quatro anos. A maioria dos órgãos e tecidos moles permanecem ainda intactos, como são exemplo os intestinos e os genitais. "Um pequeno chifre nasal também foi preservado - isto é uma raridade já que se decompõe rapidamente", diz a paleontóloga, citada pela BBC.
Numa primeira análise concluiu-se que o chifre estava desgastado, talvez por estar a utilizá-lo para se alimentar.
Em 2014, já havia sido encontrado outro animal da mesma espécie, o qual os cientistas chamaram de "Sasha" e previram que existiu há 34 mil anos atrás. Em setembro, também foi encontrado um urso nas ilhas de Lyakhovsky, que se prevê ter vivido na mesma era.
Estas descobertas estão a torna-se cada vez mais comuns devido ao aquecimento global que tem contribuído para o degelo do pergelissolo em várias regiões da Rússia.