Encontrados destroços de avião que transportava vice-presidente do Maláui. Não há sobreviventes

O presidente do Maláui, Lazarus Chakwera, disse esta terça-feira que não foram encontrados sobreviventes da queda do avião numa floresta. "O avião foi encontrado e estou profundamente triste e lamento informar a todos que se revelou uma tragédia terrível", disse em declarações às televisões.

Junto com outras nove pessoas, o vice-presidente, Saulos Chilima, de 51 anos, seguia no avião, que descolou pouco depois das 9 horas locais (6 horas em Lisboa) da capital em direção à cidade de Mzuzu, 370 quilómetros a nordeste, para assistir ao funeral de um antigo membro do governo. A ex-primeira-dama do Maláui, Shanil Dzimbiri, também estava a bordo.

Fotografias partilhadas com a AFP por um membro do exército do Maláui, encarregue das buscas pelo avião, mostram militares numa encosta junto aos destroços com o número de registo da aeronave militar "Dornier 228-202K".

As equipas de resgate vasculhavam uma floresta envolta em neblina, no sul de Mzuzu, esta terça-feira, depois de as autoridades terem localizado a torre para onde foi feita a última transmissão do avião antes do desaparecimento. Um sinal de telecomunicações permitiu localizar o avião num raio de 10 quilómetros em torno da Riaply, uma empresa trituradora de madeira.

"À chegada a Mzuzu, o piloto não conseguiu aterrar devido à fraca visibilidade por causa do mau tempo e as autoridades aéreas aconselharam o avião a regressar a Lilongwe, mas rapidamente perderam o contacto com o aparelho", contou o presidente esta terça-feira de manhã.

O presidente disse ter contactado os governos de vários países, como os Estados Unidos, Grã-Bretanha, Noruega e Israel, e que todos ofereceram assistência, incluindo o fornecimento de "tecnologias especializadas que permitirão encontrar o avião mais rapidamente".

Saulos Chilima, eleito vice-presidente em 2014, era uma figura política carismática muito popular no Maláui, especialmente entre os jovens.

Em 2022, durante o seu segundo mandato, foi suspenso do cargo depois de ter sido preso e processado por corrupção no âmbito de um escândalo envolvendo um empresário anglo-malauita. Em maio, um tribunal do Maláui anulou as acusações, após várias audiências.