Uma enfermeira com 15 anos de experiência que se ofereceu para rezar por pacientes à espera de cirurgia foi despedida por "má conduta". O tópico da religião fazia parte das suas funções, mas o hospital não concordou com o seu método.
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Sarah Kuteh, enfermeira do hospital de Darent Valley, em Dartford, Inglaterra, foi acusada de estimular "discussões indesejadas" com pacientes e ignorar regras de conduta quanto à discussão de crenças religiosas.
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Num vídeo tornado público este domingo, a mãe de três filhos garantiu que as funções que assumiu em 2015 - que passavam por falar com doentes antes de entrarem para operações cirúrgicas - envolviam perguntas sobre crenças religiosas.
Sarah, que acreditava que os pacientes se sentiam confortáveis a falar consigo sobre o tema, tinha de ajudá-los a completarem um questionário que incluía uma pergunta sobre religião.
A enfermeira admitiu ter falado com alguns doentes sem a permissão dos mesmos quando iniciou as novas funções, mas garantiu que, depois de um aviso, em abril deste ano, passou a ser mais cautelosa.
Não o suficiente, para a administração do hospital.
"Nós temos o dever de, quando os nossos pacientes estão vulneráveis, não os expor a crenças ou pontos de vista religiosos que não foram previamente solicitados. Por isso, sentimos que agimos corretamente neste caso", explicou a assessoria do hospital.
Sara Kuteh foi despedida em agosto passado, como resultado de uma investigação interna baseada em três queixas de pacientes que não terão gostado da conversa de Sarah. O hospital explicou que Sarah abusou dos poderes das suas funções ao falar acerca do tema em questão, deliberadamente, sem a permissão do doente, e ao - como terá acontecido - oferecer uma bíblia a um paciente.
A enfermeira contou que, quando foi expulsa do hospital, saiu do edifício acompanhada por agentes de segurança, o que descreveu como uma "reação despropositada e punitiva."
"Foi embaraçoso e doloroso, depois de tudo o que fiz ao longo destes anos enquanto enfermeira (...) Tive de abandonar o hospital onde sempre trabalhei e ainda me disseram que, à saída, não podia falar com nenhum dos meus colegas", desabafou.
Sarah, que diz não perceber "de que forma é que pode ser perigoso falar a alguém de Jesus", processou o hospital por despedimento sem justa causa, avançou a imprensa britânica.
