O enfermeiro alemão Niels Högel pediu, esta quinta-feira, desculpas às famílias das vítimas durante o seu julgamento pela morte de uma centena de pacientes, crimes que já admitiu.
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"Estou aqui sentado com a convicção de que devo responder a cada um dos familiares (das vítimas). Eu lamento muito", disse Högel, segundo a agência de notícias DPA.
"Se houvesse uma maneira de vos ajudar, eu fá-lo-ia, acreditem em mim", acrescentou.
No início do seu julgamento, a 30 de outubro, Högel admitiu os 100 homicídios que cometeu e pelos quais é julgado em Oldenburg, no norte da Alemanha, onde fica um dos dois hospitais em que o enfermeiro matou os pacientes.
O enfermeiro terá de ser questionado sobre cada um desses casos.
Hogel disse na quarta-feira, na sua segunda audiência, que não se lembra de todas as suas vítimas, mas que não poderia "imaginar que alguém poderia ter feito tal coisa" além dele.
No entanto, aumentando a confusão, Högel garantiu na quarta-feira que uma das vítimas não morreu por sua culpa.
"Este é um dos poucos pacientes que posso dizer que não recorri às manipulações", um termo que o enfermeiro usa para falar sobre os seus crimes.
De 2000 a 2005, Niels Högel - que cumpre uma sentença de prisão perpétua há quase dez anos por seis crimes semelhantes, injetou medicamentos em pacientes para provocar ataques cardíacos antes de tentar reanimá-los.
O enfermeiro justificou este comportamento com a vontade de brilhar perante os seus colegas e também o tédio.
O acusado, de 41 anos, também admitiu que, como suspeita a polícia, o número de mortes nos hospitais de Oldenburg e Delmenhorst poderia ser ainda maior, sem poder ter certeza devido aos seus lapsos de memória.
"Cada caso, lembrando-me ou não, faz-me sentir mal", disse o enfermeiro na quarta-feira.
Para os investigadores, Niels Högel poderá ter cometido até 200 assassínios.
A magnitude do caso chocou o país e levantou questões sobre a responsabilidade dos hospitais e autoridades, que não reagiram, apesar do excesso de mortalidade encontrada nessas instalações enquanto Högel estava em serviço.
