O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou, à saída de um encontro com o seu homólogo ucraniano, em Istambul, que a Ucrânia "merece entrar na NATO".
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Kiev deseja entrar na Aliança Atlântica, mas os Estados Unidos avisaram, esta sexta-feira, que a Ucrânia "não aderirá à NATO" depois da cimeira da organização prevista para terça e quarta-feira em Vilnius, na Lituânia.
O chefe de Estado turco, que anunciou a visita do presidente russo, Vladimir Putin, à Turquia em agosto, disse que a Rússia e a Ucrânia "deviam voltar às conversações de paz".
"No 500.º dia da guerra do povo ucraniano em defesa da integridade territorial e independência do seu país, trabalhamos pela paz", sublinhou Erdogan numa conferência de imprensa, junto com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de visita à Turquia.
A Rússia e a Ucrânia estão em guerra há mais de um ano depois de as forças militares russas terem invadido o território ucraniano.
O presidente da Ucrânia agradeceu ao homólogo turco o apoio manifestado à pretensão do país em aderir à NATO.
"Fiquei feliz em saber que o presidente disse que a Ucrânia merece tornar-se membro da NATO", afirmou Zelensky na conferência de imprensa. E adiantou ainda aos jornalistas que falou com o homólogo turco sobre "a segurança da região do Mar Negro e sobre a segurança europeia", assim como da invasão russa da Crimeia, do "corredor de cereais", da indústria de defesa e da produção de 'drones' (aeronaves não tripuladas).
"O mundo quer a continuação" do acordo sobre a exportação de cereais ucranianos, sublinhou o presidente ucraniano, acusando Moscovo de bloqueá-lo.
"A Rússia comporta-se como se o Mar Negro lhe pertencesse e impede a circulação de navios. Temos que ajudar o mundo a superar a fome e o caos social", acrescentou.
O presidente turco desejou que o acordo sobre a exportação de cereais ucranianos, concluído em julho de 2002 com a mediação das Nações Unidas e da Turquia, seja prolongado.
"Esperemos que o acordo seja prolongado", declarou Recep Tayyip Erdogan. A Rússia não vê razão para estender o acordo para lá de 17 de julho, data em que expira.
Erdogan prometeu, no entanto, falar com Putin sobre a extensão da vigência do acordo.