Presidente turco confirma que país vai fazer uso de "tanques, artilharia e soldados" em território sírio, após os ataques aéreos que têm sido ordenados.
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A promessa está feita: "Se Deus quiser vamos erradicá-los [militantes curdos] em breve, com recurso aos nossos tanques, artilharia e soldados", declarou Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, esta terça-feira, ao informar que o país irá lançar uma operação terrestre na Síria depois de já ter executado vários ataques aéreos.
O líder de Ancara garantiu que as forças turcas estão "no controlo dos terroristas há alguns dias através do uso de aviões, canhões e drones", depois de terem iniciado o que apelidaram de operação Claw-Sword, que tem como alvo militantes curdos no norte do Iraque e na Síria.
Hulusi Akar, ministro da Defesa da Turquia, mostrou-se alinhado com as garantias dadas pelo presidente, comprometendo-se a manter as operações, sobretudo após os ataques de retaliação aumentarem, tendo causado, na segunda-feira, pelo menos três mortos na província turca de Gaziantep.
O governante informou que os últimos bombardeamentos que a Turquia efetuou deixaram de "fora de combate" 184 alegados guerrilheiros curdos no norte da Síria e do Iraque. "A nossa luta vai continuar até que o último terrorista seja neutralizado", assegurou, tendo em conta que, em linguagem militar turca, "neutralizado" significa que o inimigo ficou fora de combate, morreu ou foi capturado.
Akar apelou ainda para que os Estados Unidos travem o apoio fornecido às forças curdas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). "Persistimos que parem com qualquer tipo de apoio a terroristas", destacou, no dia em que um drone turco terá atingido uma base conjunta das forças curdas e da coligação internacional antijihadista liderada pelos EUA, matando dois combatentes curdos, informaram as Forças Democráticas Sírias (FDS).
Os mais recentes ataques turcos têm sido dirigidos contra a Unidade de Proteção Popular (YPG), na Síria, e contra alegadas posições do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), no Iraque. A Turquia classifica como terrorista não apenas o PKK, mas também as milícias YPG, aliadas dos EUA na luta contra o grupo Estado Islâmico na região.
A campanha militar de Ancara teve início após o atentado de 13 de novembro que fez seis mortos numa das principais vias pedestres de Istambul. À data, Erdogan comprometeu-se a vingar as vítimas.