Eslováquia admite retaliar Kiev caso bloqueio à importação de petróleo russo persista
O presidente da Eslováquia, Peter Pellegrini, admitiu esta quarta-feira medidas de retaliação dirigidas à Ucrânia caso não seja levantada a interrupção de fornecimento de petróleo russo da empresa Lukoil, sancionada por Kiev, através do oleoduto Druzhba.
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"A decisão da Ucrânia em relação à Eslováquia é um assunto muito, muito sério", sublinhou Pellegrini, acrescentando esperar que Kiev solucione esta questão "o mais rapidamente possível", sem concretizar as medidas que poderão ser adotadas por Bratislava.
A Eslováquia argumenta que Kiev violou o acordo de associação com a União Europeia, e quando o país está abrangido por uma exceção para a importação de petróleo russo até ao final de 2024 e que proíbe a interrupção do trânsito de energia.
Na segunda-feira, a Hungria e a Eslováquia solicitaram à Comissão Europeia a mediação com a Ucrânia, após Kiev ter incluído a petrolífera Lukoil na sua lista de sanções, implicando a interrupção das importações de petróleo para os dois países através do oleoduto Druzhba (Amizade) "e que ameaça o fornecimento energético".
As autoridades húngaras também referiram na terça-feira que irão manter o seu veto aos 6,6 mil milhões de euros do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz para a Ucrânia enquanto permanecer o bloqueio de Kiev.
A Hungria e a Eslováquia dependem essencialmente das importações de petróleo russo, e apesar das sanções à Lukoil terem afetado o intercâmbio, os dois países continuam a receber fornecimentos de outras empresas russas.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e o seu homólogo eslovaco, Robert Fico, ambos definidos de "pró-russos", têm-se oposto ao apoio militar à Ucrânia na sequência da invasão russa e defendem uma solução negociada para terminar com o conflito.