O ministro dos Negócios Estrangeiros demitiu, esta terça-feira, o cônsul espanhol em Boston, Pablo Sanchez-Teran, "por não cumprir obrigações", ao fechar a representação espanhola, duas horas após as explosões que mataram três pessoas naquela cidade.
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Segundo fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhóis, o cônsul foi demitido "por ter falhado as suas obrigações consulares", quando decidiu encerrar a representação espanhola, à hora habitual, cerca de duas horas após as explosões.
"O serviço consular existe para assistir os espanhóis e num momento de tragédia como este, esta assistência é definitivamente necessária", disse o ministro José Manuel García-Margallo.
"Quando todas as televisões do mundo alertam para uma tentativa de atentado, e fecha-se o consulado, justificando que chegou a hora de encerrar, é simplesmente inadmissível", acrescentou.
A imprensa espanhola adianta que o Governo de Madrid criticou a decisão de Pablo Sanchez-Teran por cerca de 90 espanhóis terem participado na maratona, que poderiam precisar de apoio após as duas explosões junto à meta da prova. Dados oficiais de 2012, citados pelo jornal El Pais, indicam que 3980 espanhóis estão registados no consulado em Boston.
"Quando as necessidades humanas dos nossos compatriotas estão em jogo, não há hora para encerrar, tem é que se começar a trabalhar", afirmou o ministro.
Na sua opinião, esta decisão "confirma o comportamento exemplar dos nossos cônsules", acrescentando que, "quando um cônsul não está a altura do que os seus colegas estão a fazer e não estão á altura da necessidade dos cidadãos, investiga-se".
As explosões registadas na segunda-feira perto da linha da meta da Maratona de Boston, causaram pelo menos três mortos e mais de 170 feridos, incluindo 17 em estado grave, e provocaram o pânico entre as dezenas de milhares de pessoas que assistiam ao evento desportivo.
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Madrid, não existe nenhum espanhol entre as vítimas do ataque.