Manifestações sucedem-se há semanas em várias cidades do país e há plataformas sociais a propor uma greve ao pagamento das rendas.
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Segundo os dados do Banco de Espanha, faltam 600 mil casas no país para dar resposta às necessidades de habitação. Um défice que se tem traduzido numa subida de preços: de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, entre 2015 e 2023, a compra de habitação subiu 47%, os arrendamentos, 58%, e os salários subiram apenas 17%. Uma situação que fez os espanhóis saírem à rua para protestar pelo direito a uma habitação digna nos últimos fins de semana.
Primeiro, em Madrid, depois, em Valência, milhares de pessoas manifestaram-se para pedir uma redução dos preços dos arrendamentos. “A habitação transformou-se no maior fator de desigualdade. Há famílias, com dois salários decentes, que vivem em situações de extrema gravidade por causa do custo da habitação”, diz Laura Barrios, da Plataforma Stop Despejos, ao JN. Um terço dos espanhóis tem dedicado 40% do salários ao pagamento da habitação, o valor mais alto dos últimos dez anos e 10% acima do recomendado pelos especialistas.