O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) espanhol, José Manuel Albares, afirmou esta sexta-feira, numa conferência de imprensa com a sua homóloga alemã, Annalena Baerbock, em Berlim, que durante a presidência espanhola do Conselho da União Europeia a imigração tem de ter uma resposta "conjunta e europeia".
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No encontro entre Baerbock e Albares, o chefe da diplomacia espanhola sublinhou que Madrid tem "grande experiência" a nível de cooperação com os países de origem e trânsito migratório, devido a ser o único país da UE que detém fronteiras terrestres com África, nomeadamente com Marrocos.
No mesmo discurso, Albares acrescentou que esta proximidade com os países de origem e trânsito migratórios, como Marrocos, inclui ajudas para o desenvolvimento que criem oportunidades para a população, trabalho na luta contra o tráfico de seres humanos e diálogo político com os Governos.
A nível interno, na UE, o MNE espanhol defendeu ser necessário encontrar um equilíbrio entre a responsabilidade dos países que são a porta de entrada em território europeu e a solidariedade de todos os outros estados.
A chefe da diplomacia alemã, citada pela agência EFE, assinalou que tem de haver um compromisso entre "a ordem e a humanidade", acrescentando que "a Europa só pode funcionar como uma fronteira segura, mas que essa fronteira tem de ter uma porta".
No mês passado, o vice-presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, disse esperar que a presidência espanhola do Conselho da UE, que inicia funções no dia 1 de julho, seja um "catalisador" para fechar o Pacto sobre Migração e Asilo, lamentando que "a Europa ainda não tenha uma política para a migração e o asilo" e garantindo ter como "prioridade absoluta" concluir um acordo antes das próximas eleições para o Parlamento Europeu, em maio de 2024.
A conferência de imprensa na capital alemã acontece no mesmo dia em que, numa entrevista publicada no jornal italiano "Il Foglio", a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou ser necessária uma operação aeronaval da UE para monitorizar o Mediterrâneo, destacando haver "uma onda de 900 mil migrantes que se prepara para desembarcar nas costas da Europa".