Um dos quatro detidos por implicação nos atentados de Barcelona e Cambrils confirmou, perante um juiz da Audiência Nacional, que a célula terrorista preparou um ataque de maior dimensão.
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Segundo fontes judiciais citadas pela agência EFE, Mohammed Houli Chemlal, o terrorista que ficou ferido na explosão de uma moradia em Alcanar (Tarragona), ratificou o que tinha já dito aos Mossos D'Esquadra [policia catalã], a quem deu informações chave para a investigação que permitiu desmantelar a célula terrorista ligada aos atentados.
Perante o juiz Fernando Andreu da Audiência Nacional, declarou que o grupo planeava atacar a Sagrada Família e outros monumentos em Barcelona, segundo fontes judiciais presentes no interrogatório citadas pelo jornal "El Mundo".
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Chemlal, de 21 anos e natural de Melilla, um dos enclaves espanhóis em território marroquino, depôs durante uma hora e 15 minutos, e foi o primeiro dos quatro terroristas detidos pelos ataques que comparecem perante o juiz da Audiência Nacional [um tribunal superior espanhol que julga delitos de maior gravidade, como os casos de terrorismo e crime organizado, entre outros].
O segundo detido que começou a ser ouvido, ao inicio da tarde, foi Driss Oukabir, em cujo nome foi alugada a viatura usada no ataque na Rambla, em Barcelona, e cujo irmão Moussa, morreu juntamente com outros quatro terroristas, abatidos pela polícia em Cambrils.
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Os outros dois detidos que compareceram perante o juiz são Mohamed Aallaa - detido em Ripoll, donod do veículo usado em Cambrils e irmão de Sadi Aallaa, outro dos terroristas mortos -, e Salah El Karib, que a polícia relaciona com Driss Oukabir.
Os quatro detidos responsabilizaram o imã de Ripoll, Abdelbaki Es Satty, pela organização dos atentados e revelaram que o religioso queria morrer como bombista suicida.
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O Ministério Público pediu, segundo fontes judiciais, pena de prisão, incondicional e sem direito a fiança, para os quatro suspeitos por pertencerem a um grupo terrorista, assassinato e posse de explosivos.
As audições terminaram às 18 horas (17 horas em Portugal continental). O juiz irá agora formular a acusação e determinar as medidas de coação.
Quatro promotores da Audiência Nacional, incluindo o procurador-geral, Jesús Alonso, participaram na audição dos detidos implicados nos ataques de quinta e sexta-feira em Barcelona e Cambrils (Tarragona), que fizeram 15 mortos, incluindo duas portuguesas.
Os quatro são membros da célula que realizou os ataques, e que incluía pelo menos 12 terroristas, dos quais cinco foram abatidos em Cambrils, dois morreram na explosão na quarta-feira na casa de Alcanar, e o último, Younes Abouyaaqoub, foi morto segunda-feira pela policia catalã.