O diretor do Instituto Português de Relações Internacionais defendeu, esta quarta-feira, que os Estados Unidos devem usar a sua influência na Arábia Saudita e no Qatar para travar a onda de violência "bárbara" do grupo radical do Estado Islâmico.
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Para Carlos Gaspar, os países ocidentais podem fazer "muita coisa" para travar a escalada de violência, sublinhando que a Arábia Saudita e o Qatar - de onde se suspeita que venha o financiamento deste grupo extremista - dependem da proteção norte-americana.
"O Qatar depende, para a sua segurança, inteiramente da proteção norte-americana, assim como a Arábia Saudita também depende da proteção dos Estados Unidos contra a ascensão do Irão como principal potência regional", frisou o diretor do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRO), em declarações à Lusa.
Para Carlos Gaspar, a Arábia Saudita e o Qatar "financiam de forma muito significativa as redes 'jihadistas' sunitas que estão a combater na Síria contra o presidente Bashar al-Assad, que representa uma minoria xiita".
Por isso, defendeu, é preciso "rapidamente pôr fim a esses financiamentos que tipicamente são privados, mas tutelados pelo Estado".
O grupo radical Estado Islâmico divulgou um vídeo com imagens que mostram um jornalista norte-americano a ser degolado por um combatente no Iraque, que também ameaça matar um refém britânico.
As imagens mostram o jornalista Steven Sotloff, de 31 anos, com um fato cor de laranja, de joelhos, no deserto, algures no Iraque, numa imagem muito semelhante à do também jornalista James Foley, assassinado da mesma forma no final do mês de agosto.
O terrorista encapuzado condena os ataques dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico antes de degolar Sotloff, que foi sequestrado há mais de um ano em Alepo, na Síria. Logo depois as imagens mostram um outro prisioneiro identificado como um refém britânico.