O antigo rapper alemão Deso Dogg, um dos recrutadorores e responsáveis pela propaganda do Estado Islâmico, na Síria, casou com uma mulher que passava informações sobre terroristas ao FBI.
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O rapper alemão "Deso Dogg", que se juntou ao Estado Islâmico na Síria, está no centro de uma história de espiões digna de filme. A mulher com quem casou, depois de ter saído da Alemanha, era afinal uma espia do FBI, que passava informações sobre o grupo para o Ocidente, revelou o jornal alemão "Bild". Depois de ter deixado o seu país, Deso esteve numa "colónia de jiadistas alemães" no Egito e, em 2013, juntou-se ao Estado Islâmico na Síria.
Entre a saída da Alemanha e a chegada à Síria, o antigo músico casou com uma mulher que trabalhava para o norte-americano FBI. Segundo o jornal alemão, ela transmitia regularmente informações secretas sobre a atividade do marido e do Estado Islâmico ao seu controlador norte-americano.
Depois do Estado Islâmico ter começado uma busca por informadores infiltrados nas suas fileiras, a mulher terá sido aconselhada a fugir, acreditando-se que, atualmente, se encontra protegida nos EUA. Responsáveis dos serviços de informações alemães e norte-americanos confirmaram a operação de espionagem. "Estamos há muito tempo nos quartos dos terroristas", revelou um espião alemão ao "Bild".
Os dados recolhidos com esta operação contribuíram para que os EUA o tivessem inscrito, na última semana, na lista de "terroristas internacionais", apesar de há muito ser seguido pelas autoridades. Já na Alemanha, o rapper estava associado a movimentos salafistas (fundamentalistas islâmicos sunitas) e, em novembro, já na Síria, tinha publicado um vídeo em que segurava a cabeça decapitada de um "inimigo do Estado Islâmico".
Conhecido por gostar muito de mulheres (tem três filho de três mulheres diferentes, na Alemanha), Denis Cuspert (nome verdadeiro de Deso Dogg, que agora é tratado como Abu Talha al-Amani) é um dos principais rostos do Estado Islâmico para a Alemanha, onde tenta exercer influência no recrutamento de novos militantes.
O alemão com origem ganesa é também um dos encarregados da máquina de propaganda dos extremistas, tendo já sido comparado a Goebbels, o responsável pelo mesmo pelouro durante o domínio Nazi da Alemanha. "É um propagandista do EI", afirmou à Fox News um responsável policial alemão.