A estratégia de combate ao terrorismo do Governo português prevê, entre outras medidas, que elementos das secretas nacionais possam atuar como agentes infiltrados nas células jiadistas.
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De acordo com o jornal "Observador", a proposta constou de um debate ocorrido na mais recente reunião do Conselho Superior do Ministério Público, ocorrida na terça-feira. A nova estratégia prevê, ainda, que haja vigilância nas redes sociais e que os jiadistas arrependidos possam ser reintegrados. As mudanças previstas implicam alterações em oito leis.
Entretanto, Portugal e Espanha estão a desenvolver esforços no sentido de partilhar informação relevante sobre a provável presença, em território lusitano, de terroristas perseguidos no país vizinho e que têm fortes ligações ao Estado Islâmico e à al-Qaeda, tal como sucedeu com a ETA.
A Procuradoria-Geral da República abriu inquéritos que visam investigações de casos relacionados com o Estado Islâmico, um dos quais de um cidadão com residência nos Açores que estava a preparar-se para se juntar às fileiras daquela organização terrorista.
Embora Portugal não seja considerado um alvo, a verdade é que poderá estar a ser usado como refúgio por alguns terroristas em trânsito para outros países.
O porta-voz do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, Filipe Pathé Duarte, diz isso mesmo: "Portugal está enquadrado no "puzzle" da própria "jiad", não sendo alvo preferencial, mas acima de tudo como ponto de recuo e passagem", afirmou, em declarações à Lusa.