Uma frente unida de centro-esquerda venceu duas eleições regionais realizadas entre domingo e segunda-feira em Itália, na Emilia-Romanha e Úmbria (centro), ao bater coligações de direita e extrema-direita apoiadas pela primeira-ministra, Giorgia Meloni.
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De acordo com os resultados finais, divulgados esta terça-feira, na Emília Romanha - um tradicional bastião de esquerda, cuja capital é Bolonha -, o candidato Michele de Pascale, membro do Partido Democrático (PD, centro-esquerda) obteve 56% dos votos e bateu por larga margem (16 pontos) a candidata da maioria no poder, Elena Ugolini (40%).
De Pascale encabeçou uma coligação alargada que incluía partidos como o Movimento 5 Estrelas e a Aliança Verde-Esquerda.
Na Úmbria, território coberto de floresta e considerado o "pulmão" de Itália, a aliança alargada de centro-esquerda conquistou o poder à direita, com Stefania Proietti a obter 51,7% dos votos e a derrotar a anterior presidente, Donatella Tesei, do partido de extrema-direita Liga (de Matteo Salvini), que se quedou pelos 46,1% depois de, em 2019, ter garantido a primeira vitória da direita nesta região.
Embora os partidos de extrema-direita e direita atualmente no poder em Itália - os Irmãos de Itália, da primeira-ministra Giorgia Meloni, o Força Itália, de Antonio Tajani, e a Liga de Salvini -- controlem cerca do dobro das regiões em Itália face às forças políticas de esquerda, esta dupla vitória nas últimas eleições regionais deste ano dá novo fôlego à oposição.
A líder do Partido Democrático, Elly Schlein, apelou à reedição da união das forças de centro-esquerda em futuras eleições. "Se estivermos unidos até ao último voto, se o PD for coeso, somos capazes de vencer a direita", declarou a líder da principal força da oposição.
As eleições nestas duas regiões tiveram início no domingo e prosseguiram até meio da tarde de segunda-feira, tendo ficado também marcadas por um abstencionismo recorde: na Emília-Romanha a taxa de afluência às urnas foi de apenas 46,42% (contra 67,67% em 2020), enquanto na Úmbria foi de 52,3% (contra 64,69% em 2019).
Estas foram as últimas eleições regionais realizadas este ano em Itália, depois daquelas celebradas na Sardenha, Abruzo, Basilicata, Piemonte e Ligúria, sendo que a esquerda só havia vencido na Sardenha.