
Vídeo com a decapitação de jornalista americano lança uma nova fase na violência dos islamitas
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Os extremistas do Estado Islâmico que atuam no Iraque subiram um degrau na escalada de violência no território. A decapitação do jornalista James Foley é um sinal de que não temem abrir uma nova frente de combate.
Na noite de terça-feira, o Estado Islâmico (EI) divulgou um vídeo em que mostra um dos seus militantes a decapitar o jornalista James Fowley, sequestrado na Síria há dois anos.
O executor, que fala inglês de forma fluente com sotaque britânico, mostrou ainda um outro jornalista americano (Steven Sotloff, sequestrado em 2013) e afirmou que o seu destino está dependente do próximo movimento do presidente Barack Obama. A decapitação surge de forma algo surpreendente quando tudo indicava que o EI estivesse essencialmente virado para a proclamação do califado abrangendo partes do Iraque e da Síria e conquistando terreno em direção a Bagdade.
Apesar disso, ontem, a agência Reuters recordava vários contactos telefónicos com responsáveis do EI em que estes anunciavam várias surpresas para o Ocidente. Numa dessas conversas, um responsável do EI afirmou que "os ocidentais são idiotas e loucos. Pensam que estamos à espera que nos deem vistos para ir atacá-los ou que os vamos atacar com as nossas barbas e roupas islâmicas".
Outros militantes do EI, também citados pela Reuters, consideram que este tipo de ações, em particular contra os Estados Unidos, servem para convencer "irmãos hesitantes a juntarem-se a nós".
Este é o último de uma série de vídeos divulgados recentemente mostrando atos violentos do EI quando os EUA intensificam os ataques aéreos e que deixam claro que o EI está disposto a enfrentar um aumento da pressão militar de que é alvo.
Por outro lado, este ataque dá um sinal do que o grupo poderá fazer a outro nível, arregimentando centenas ou até milhares de militantes de origem ocidental, capazes de passar despercebidos e de levar a cabo ataques longe do Médio Oriente.
O alerta para o perigo desses militantes chegou, por exemplo, de Masrour Barzani, líder do conselho de segurança da região curda, segundo o qual "muitos dos militantes do EI vieram do estrangeiro, vieram da Europa, dos EUA, do Médio Oriente e do Norte de África. De todo o Mundo".
