O grupo radical Estado Islâmico atacou de forma "indiscriminada" e "deliberada" os civis que fogem da cidade iraquiana de Mossul com morteiros e explosivos, denunciou, esta quarta-feira, a organização Human Rights Watch, de defesa dos Direitos Humanos.
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Alguns civis explicaram à organização não-governamental (ONG) que o Estado Islâmico os atacou com o pretexto de que tinham rejeitado acompanhá-los às áreas de Mossul ainda controladas pelo grupo, ao temerem ser usados como escudos humanos.
Segundo estes testemunhos, citados num comunicado da Human Rights Watch (HRW), os membros do Estado Islâmico ameaçaram-nos pessoalmente, por rádio ou usando os altifalantes das mesquitas, e disseram que considerariam "infiéis" e, portanto, inimigos os que se negassem a segui-los na retirada das zonas libertadas de Mossul.
Entre um grupo de 50 residentes de Mossul, 31 habitantes que tinham abandonado a cidade do norte do Iraque e se refugiaram na região do Curdistão disseram à HRW terem presenciado 18 ataques do Estado Islâmico contra civis com morteiros, carros armadilhados, explosivos ou tiros de franco-atiradores.
Estes relatos corroboram informações do exército iraquiano, que denunciou que os radicais bombardearam indiscriminadamente os bairros libertados em Mossul, capital da província de Nineve e a cidade mais importante sob controlo do Estado Islâmico no Iraque.
Esta segunda-feira, as forças iraquianas encontraram os cadáveres de 15 pessoas num poço de água a 40 quilómetros a sul de Mossul, que se estima terem sido executados pelo Estado Islâmico.
O Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU também alertou que os radicais mataram ou castigaram os civis que se negaram a colaborar com eles na batalha de Mossul contra as forças governamentais.