O braço afegão do grupo Estado Islâmico (IS-K) reivindicou o atentado desta terça-feira no hospital militar nacional de Cabul, no qual pelo menos 19 pessoas morreram e 50 ficaram feridas.
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Em comunicado publicado nos canais do Telegram do IS-K, rival e principal adversário do governo dos talibãs, a organização terrorista islâmica disse que "cinco combatentes do EI realizaram ataques simultâneos e coordenados" no local.
Um jiadista detonou um cinto de explosivos na entrada do hospital, antes de outros entrarem no edifício e abrirem fogo sobre a multidão, acrescentou o grupo.
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Durante a tarde, o porta-voz dos talibãs, Zabiullah Mujahid, já havia acusado o EI. "Os atacantes do EI queriam alvejar civis, médicos e pacientes" do hospital Sardar Mohammad Dawood Khan, o maior hospital militar do país, acrescentou Mujahid. O responsável talibã adiantou que o ataque durou 15 minutos, até um helicóptero de "forças especiais" talibãs ter aterrado no telhado do edifício.
O Hospital Sardar Mohammad Dawood Khan é o principal hospital militar de Cabul, localizado a poucos metros da embaixada dos Estados Unidos e do Ministério da Saúde afegão. Este centro hospitalar sofreu em março de 2017 um atentado suicida alegadamente realizado pelo grupo jiadista Estado Islâmico (EI), causando mais de trinta mortes e dezenas de feridos.
O EI assumiu a responsabilidade de ataques em pelo menos oito das 34 províncias afegãs desde que os talibãs tomaram o poder em 15 de agosto.
O maior ataque do grupo jiadista nos últimos meses, com cerca de 170 mortos, ocorreu em 26 de agosto no aeroporto de Cabul, quando milhares de afegãos tentavam desesperadamente fugir do país.
Além disso, um ataque suicida do EI a uma mesquita xiita provocou pelo menos 80 mortos e cerca de 100 feridos em Kunduz em 8 de outubro, e um outro ataque uma semana depois no sul de Kandahar fez 60 mortos.
Especialistas apontam que o grupo jiadista se tornou a maior ameaça à segurança do Governo talibã no Afeganistão.