O presidente norte-americano, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, terminaram sem acordo, na noite desta segunda-feira, a reunião destinada a encontrar um novo limite de despesas e a autorização para um novo teto de endividamento, mas a Casa Branca assegura que os trabalhos continuarão para evitar que os Estados Unidos entrem em incumprimento dentro de nove dias.
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"Reiteramos mais uma vez que o não pagamento (da dívida) não está sobre a mesa e que a única maneira de avançar é a boa-fé em relação a um acordo bipartidário", afirmou o presidente democrata num comunicado, enquanto McCarthy, republicano, classificou o encontro como "produtivo" mas acentuou que se mantêm as diferenças: "Há que gastar menos do que gastámos no ano passado", frisou.
Antes da reunião, Biden insistiu no objetivo de um acordo que convença os dois partidos na Câmara dos Representantes e no Senado, que estão divididos "praticamente a meio" e salientou que a equação deve levar em linha de conta não só as despesas mas também as receitas.
Face ao impasse, equipas dos dois lados estão a trabalhar para alcançar um acordo firme antes do dia 1 de junho, a data a partir da qual os Estados Unidos deixam de ter capacidade para liquidarem dívida - que soma nesta altura 31,4 triliões de dólares -, o que causaria "uma catástrofe económica e financeira" com efeitos de recessão mundial, advertiu a secretária do Tesouro (ministra das Finanças), Janet Yellen.
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Analistas citados pela Agência France Presse preveem um choque agudo nos mercados de ações e que as taxas de juro disparariam, onerando os empréstimos para as empresas e para os consumidores, levantaria dúvidas sobre a credibilidade do país, minando a confiança dos credores e pondo em causa a importância do dólar como moeda de reserva e como ativo.
No entanto, ressalvam que, tal como aconteceu com o impasse idêntico em 2011, poderão ser adotados planos de contingência, dando prioridade ao pagamento de dívida e atrasando pagamentos às agências federais, fornecedores de serviços de saúde e beneficiários da segurança social federal.