Agravamento de tensões com Israel faz diversos Estados, como EUA, Reino Unido, Alemanha e Portugal, emitirem alertas para evitar viagens ao país.
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A escalada de tensões entre Israel e o Líbano fez com que o Exército hebraico ordenasse hoje a evacuação da cidade de Kiryat Shmon, perto da fronteira no Norte. Ao mesmo tempo, diversos países divulgaram avisos a desaconselhar viagens para o território libanês.
A cidade israelita na Galileia tem cerca de 22 mil habitantes, mas muitos já tinham deixado o local. “O plano será gerido pela autarquia local, pelo Ministério do Turismo e pelo Ministério da Defesa”, pormenorizaram os militares, em comunicado citado pela agência France-Presse (AFP). No início da semana, a tutela da Defesa tinha ordenado a evacuação de aldeias localizadas a dois quilómetros da fronteira com o Líbano, o que afetou cerca de 27 mil residentes.
Esta sexta-feira foi marcada por novos confrontos entre os israelitas e o braço armado do Hezbollah – que participa no Governo libanês e recebe apoio do Irão. As Forças de Defesa de Israel (FDI) realizaram pelo menos três ataques com drones, além de terem abatido um atirador próximo à fronteira, segundo o diário “The Times of Israel”.
O mesmo jornal noticiou também que tropas das FDI trocaram fogo perto da aldeia de Margaliot após serem atacadas. A organização libanesa lançou ainda ontem entre 20 e 30 rockets em direção à região próxima dos Montes Golã. Ambas as ações foram confirmadas pelo Hezbollah.
As escaramuças preocupam o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, que referiu a “crise política e económica muito profunda” de Beirute. “O Líbano acolhe centenas de milhares de refugiados, sírios e palestinianos”, alertou Filippo Grandi, em declarações reproduzidas pela AFP. “Portanto, Deus não permita que o Líbano seja envolvido nesta guerra, as consequências humanitárias serão incalculáveis”.
O Executivo libanês aprovou ontem preventivamente um plano de resposta para qualquer repercussão dos confrontos com Israel. “O plano diz respeito a pontes, estradas e aos quatro portos comerciais – Sidon, Tiro, Beirute e Trípoli – e ao aeroporto Internacional de Beirute”, de acordo com o ministro de Obras Públicas e Transportes de Beirute, Ali Hamieh, citado pela agência turca Anadolu.
Aviso português
Diversos países, como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Rússia, emitiram alertas a desencorajar viagens ou até a pedir a saída dos nacionais que estão no Líbano. Em nota no Portal das Comunidades Portuguesas, o Governo luso afirma que todas as viagens ao território libanês devem ser evitadas, especialmente para as províncias de Nabatia e Líbano Meridional, perto da fronteira com Israel.