Um homem de 50 anos confessou ter matado a mãe enquanto falava com um jornalista que o entrevistava em direto para o programa de televisão "Pomeriggio5", da Mediaset, à porta de sua casa em Spezzano di Fiorano, Modena, na região italiana de Emilia-Romagna.
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O corpo de Loretta Levrini, de 80 anos, foi encontrado na sua cama pela filha no domingo e, desde então, a polícia andava à procura do filho Lorenzo Carbone. O homem tinha fugido para Pavullo, uma cidade próxima, antes de regressar à casa que partilhava com a mãe um dia depois, segundo o jornal italiano "La Repubblica".
Em declarações ao jornalista Fabio Giuffrida, cuja equipa encontrou por acaso o suspeito à porta de casa durante a cobertura do crime, o homem admitiu que a mãe vivia com demência e que “não aguentava mais”. “Eu estrangulei-a, não sei por que razão o fiz. De vez em quando ela deixava-me zangado quando repetia o que dizia”, disse o homem, cuja entrevista foi transmitida em direto.
Após a confissão, o jornalista chamou imediatamente a polícia, que deteve Lorenzo.
Apresentadora alvo de críticas
O caso levantou questões sobre a ética dos média em Itália e a apresentadora do programa "Pomeriggio5", Myrta Merlino, foi rapidamente alvo de críticas. “O que aconteceu hoje no Pomeriggio5 é muito grave. Este não é o nosso trabalho. Rasgando o código de ética, estamos a chegar ao fundo do poço", escreveu Gaia Tortora, vice-diretora do canal de televisão TG La7, no X (antigo Twitter)
“Não bastava chamar a polícia, como felizmente foi feito, e depois explicar o que se passou, sem passar o vídeo? O circo mediático atingiu um ponto muito baixo", criticou, por sua vez, Ermes Antonucci, jornalista do jornal "Il Foglio".
Em declarações ao jornal italiano "Corriere della Sera", Myrta Merlino explicou que “raciocinou como jornalista” ao escolher transmitir o vídeo e faria o mesmo novamente. “Recebi uma chamada do correspondente alguns minutos antes de entrar em direto. Tive pouco tempo para decidir. Só me importo com uma coisa: que isso não prejudique a investigação. O homem era procurado. A polícia foi chamada e autorizou-me a divulgar as imagens da entrevista", rematou.