Os Estados Unidos abriram uma investigação penal a Edward Snowden, que revelou a existência de programas de vigilância de telecomunicações, para o deter, anunciou, esta quinta-feira, no Congresso o diretor do FBI.
Corpo do artigo
"Quanto ao indivíduo que admitiu ter feito estas revelações, ele é alvo de uma investigação penal", disse o diretor da polícia federal, Robert Mueller, à comissão de Justiça da Câmara dos Representantes.
"Estas revelações provocaram danos significativos ao nosso país e à nossa segurança. Estamos a tomar todas as medidas necessárias para deter a pessoa responsável", acrescentou.
Snowden, funcionário de uma empresa privada subcontratada pela Agência de Segurança Nacional (NSA), revelou no domingo aos jornais britânico The Guardian e norte-americano The Washington Post a existência de dois programas de "vigilância em massa" de comunicações telefónicas nos EUA e via internet no estrangeiro.
O informático, de 29 anos, está atualmente em Hong Kong. Numa entrevista ao jornal South China Morning Post, disse-se determinado a combater um eventual pedido de extradição e assegurou não estar na antiga colónia britânica para "se esconder da justiça" mas sim para "revelar crimes".
No Congresso, Mueller defendeu os programas, afirmando que eles são legais, foram aprovados por um juiz e estão em conformidade com a Constituição.
O diretor do FBI afirmou que o programa de recolha de dados sobre chamadas telefónicas nos Estados Unidos, criado em 2006, teria permitido, se existisse antes, capturar um dos autores dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Segundo Mueller, os serviços secretos norte-americanos detetaram, em 2001, no Iémen, uma residência suspeita, mas na altura não tinham meios para saber os números para os quais eram feitas chamadas a partir daquele local, nomeadamente o de um dos autores do atentado, na altura já instalado nos Estados Unidos, na região de San Diego.
"Se tivéssemos este programa na altura, teríamos sido capazes de identificar esse número telefónico específico em San Diego (...) e identificado Al-Mihdhar", disse.