O governo norte-americano acredita que um afiliado da Al-Qaeda possa ter melhorado as propriedades de um líquido explosivo. Esta versão avançada do líquido será capaz de transformar peças de roupa em bombas.
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O alerta foi dado por duas fontes do governo dos Estados Unidos da América depois do encerramento das embaixadas norte-americanas no Médio Oriente e Norte de África.
A nova versão do líquido explosivo poderá ser embebido em peças de roupa normais, transformando-as em dispositivos que podem explodir, depois de secarem. Esta nova ameaça foi descrita por um dos oficiais do governo dos EUA como "engenhosa", ainda que os sistemas de segurança não estejam preparados para detectar esta nova técnica.
"Como sempre, a nossa postura de segurança, que inclui sempre uma série de medidas tanto visíveis e invisíveis, continuará a responder de forma adequada para proteger o povo americano de uma imagem de ameaça em constante evolução", disse uma fonte do gabinete de Administração de Segurança dos Transportes, do governo norte-americano, à ABC News.
O líquido explosivo não é, porém, uma novidade para a Administração de Segurança dos Transportes. O governo norte-americano já estava alerta para os efeitos de uma outra versão da substância, usada para transformar aparelhos em bombas. Em 2009, no dia de Natal, um atentado terrorista foi evitado depois das autoridades interceptarem um homem que usava a chamada bomba "roupa interior", que inclui o uso do líquido.
As autoridades suspeitam que Ibrahim al-Asiri, afiliado da Al-Qaeda e notório bombista do Iémen, Península Arábia, esteja por detrás desta nova versão da substância. O bombista é conhecido pela criação da "bomba roupa interior" e de bombas que podem ser implantadas dentro do corpo através de cirurgia.
A reputação de Al-Asiri coloca-o na lista, divulgada pelo governo do Iémen, dos "25 terroristas mais procurados". Pela captura ou informações sobre qualquer um dos nomes da lista, o governo está disposto a entregar uma recompensa de cerca de 17 mil euros.
Este domingo, quase duas dezenas de embaixadas norte-americanas fecharam, no Norte de África e Médio Oriente, após terem sido interceptadas comunicações entre o líder da Al-Qaeda na Península da Arábia, Nasser Al-Wuhayshi e o líder do grupo no Paquistão, Ayman al-Zawahri. No contacto entre ambos, foi levantada a suspeita de que uma "grande operação" estava a ser desenvolvida. Esta informação desencadeou o encerramento dos postos diplomáticos e o aumento gradual de agentes aéreos federais em voos.