O presidente dos Estados Unidos afirmou, este domingo, que o seu governo crê que o jornalista norte-americano Austin Tice, desaparecido há 12 anos na Síria, está vivo e anunciou que Washington quer trazê-lo de volta após a destituição de al-Assad.
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"Pensamos que podemos trazê-lo de volta", disse Joe Biden aos jornalistas na Casa Branca, reconhecendo que não têm "provas concretas" do estado em que se encontra Austin Tice. "Assad deve ser responsabilizado" pelo caso, acrescentou.
Um vídeo divulgado semanas depois do desaparecimento do jornalista mostrava Tice com os olhos vendados e a ser detido por homens armados.
Na altura, a Síria negou publicamente que estivesse a deter Tice, que tinha trabalhos publicados no "Washington Post".
Os Estados Unidos não têm novas provas de que Tice está vivo, mas continuam a trabalhar na suposição de que ele está, de acordo com um funcionário dos EUA.
O funcionário, que não estava autorizado a comentar publicamente e falou sob condição de anonimato, disse que os EUA continuarão a trabalhar para identificar onde está o jornalista.
A sua mãe, Debra Tice, afirmou na sexta-feira que a família tem informações de uma "fonte importante", que não identificou, de que está vivo. "Ele está a ser tratado e está bem. Sabemos isso", disse.
O regime da família al-Assad, que governava o país árabe desde 1971, caiu hoje às mãos de insurgentes maioritariamente islamitas liderados pela Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, ou HTS), que tomaram Damasco com pouca resistência após uma ofensiva de 12 dias.
O presidente sírio, que esteve no poder 24 anos, deixou o país perante a ofensiva rebelde e asilou-se na Rússia, segundo as agências de notícias russas TASS e Ria Novosti.
Rússia, China e Irão manifestaram preocupação pelo fim do regime, enquanto a maioria dos países ocidentais e árabes se mostrou satisfeita por Damasco deixar de estar nas mãos do clã Assad.
No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baath foi, para muitos sírios, um símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em 2000.