O Departamento de Justiça dos EUA acusou hoje dois cidadãos indianos, incluindo um “funcionário do Governo”, por envolvimento numa alegada conspiração para assassinar um cidadão americano separatista sikh, cuja identidade não foi confirmada
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As alegações apontam um alto membro dos serviços secretos indianos, por enquanto não identificado, como o mentor de um alegado plano de homicídio. O funcionário governamental terá recrutado, em maio, o indiano Nikhil Gupta para, em seu nome, contratar um assassino nos Estados Unidos. Em troca, todas as acusações criminais contra si desapareceram, sendo que Gupta tinha um vasto histórico de problemas com a lei por tráfico de drogas e armas.
"O arguido conspirou a partir da Índia para assassinar, aqui mesmo em Nova Iorque, um cidadão americano de origem indiana que defendeu publicamente a criação de um Estado soberano para os sikhs", afirmou Damian Williams, procurador federal em Manhattan. O Departamento ressalvou ainda uma alegada ligação entre o planeamento fracassado deste homicídio e o assassinato do líder sikh Hardeep Singh Nijjar, em junho, no Canadá, que, de acordo com o Executivo canadiano, foi orquestrado por agentes governamentais indianos.
No âmbito desta investigação, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Nova Deli anunciou hoje que foi criada, no dia 18 de novembro – quatro dias antes de o jornal “The Financial Times” ter denunciado um possível envolvimento governamental neste caso –, uma comissão de inquérito para analisar as acusações feitas pelos Estados Unidos.
Gupta foi detido a 30 de junho, na República Checa, após procuradores norte-americanos terem divulgado uma acusação inicial contra ele. Entretanto, continua detido na Europa a aguardar um processo de extradição para os Estados Unidos.
Os sikhs são uma minoria religiosa que representa cerca de 2% da população da Índia. Muitos destes grupos religiosos há muito pedem uma pátria separada e o Governo indiano tem retaliado contra estas exigências de forma dura.