Os Estados Unidos afastam a hipótese de uma ação militar unilateral contra a Síria e têm discutido com os países aliados possíveis ataques que podem durar mais de um dia, afirmou esta quarta-feira um alto responsável norte-americano.
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"Nenhuma ação militar será unilateral. Irá incluir os parceiros internacionais", disse o alto funcionário norte-americano, que falou sob a condição de anonimato, em declarações aos jornalistas.
Os ataques contra a Síria, caso sejam ordenados, deverão prolongar-se por mais de um dia, indicou o representante, citado pela agência noticiosa France Presse.
"As opções não estão limitadas a um dia", afirmou o responsável, escusando-se a comentar se as hipóteses em análise vão além da utilização de mísseis de cruzeiro e implicam a entrada de aviões de combate no espaço aéreo sírio.
"Estamos a explorar todas as opções", referiu.
A mesma fonte indicou que elementos da administração norte-americana têm mantido conversações com a Turquia, Jordânia e outros parceiros sobre uma possível retaliação do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, em caso de ataque.
"É possível que o Governo sírio utilize novamente armas químicas. Não podemos descartar esta hipótese", sublinhou o alto funcionário.
Ainda em declarações aos jornalistas, o responsável admitiu que se os Estados Unidos não intervirem militarmente no território sírio será como enviar um sinal perigoso para outros regimes que detém arsenais de armas químicas, nomeadamente a Coreia do Norte.
"Existe aqui uma dimensão humanitária", salientou também a mesma fonte.
"Que mensagem é enviada ao mundo se um Governo pode usar impunemente as armas mais hediondas, armas químicas, contra o seu próprio povo?", questionou o alto funcionário.
De acordo com fontes médicas no terreno, citadas pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não-governamental de oposição a Al-Assad, com sede em Londres, mais de 300 pessoas morreram em alegados bombardeamentos com armas químicas no passado dia 21 de agosto nos arredores de Damasco.
Um outro responsável norte-americano, também citado pela France Presse, precisou que a administração do presidente norte-americano, Barack Obama, continua a trabalhar para definir os objetivos precisos de uma eventual intervenção no território sírio, cujo propósito será dissuadir o regime de Bashar al-Assad de uma nova utilização de armas químicas e neutralizar os respetivos meios.
A mesma fonte confirmou que os Estados Unidos e os países aliados estão atentos a possíveis represálias do regime sírio.
"Pensamos que podemos lidar com qualquer resposta síria" ou com qualquer resposta "de partes exteriores, como o Irão ou o [movimento xiita] Hezbollah no Líbano", concluiu o representante.