A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou que o desbloqueamento de 1,5 mil milhões de dólares (mil milhões de euros) de fundos líbios, depositados em bancos dos EUA, ajudará o povo e pediu para que outros países tomem medidas similares.
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"Hoje garantimos o desbloqueamento de 1,5 mil milhões de dólares em activos líbios que foram congelados nos Estados Unidos (...), o que ajudará a responder às necessidades do povo da Líbia", declarou a diplomata. "Instamos outras nações a adoptarem medidas similares; muitas das quais já o estão a fazer", acrescentou Hillary Clinton citada num comunicado emitido pelo Departamento de Estado.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou, na quinta-feira, o desbloqueamento de 1,5 mil milhões de dólares (mil milhões de euros) de fundos líbios para financiar uma ajuda de emergência à reconstrução da Líbia, decisão que surge depois de um acordo entre os Estados Unidos e a África do Sul, que se opunha, desde há duas semanas, a esta medida.
"Enquanto se desbloqueiam os fundos, esperamos que o Conselho Nacional de Transição (CNT) cumpra com as suas responsabilidades internacionais e compromissos assumidos para construir um Estado tolerante, unificado e democrático, no qual proteja os direitos humanos universais de todos os cidadãos", vincou a secretária de Estado norte-americana.
Na sua perspectiva, é fundamental que o CNT líbio estabeleça relações com as comunidades e líderes em toda a Líbia para "garantir a ordem, a prestação de serviços básicos para o povo e abrir caminho a uma transição democrática".
A chefe da diplomacia dos Estados Unidos afirmou ainda que durante essa transição democrática "não pode haver lugar para represálias e ataques" de vingança. Hillary Clinton também apelou ao CNT para assegurar que a Líbia "cumpre com as suas responsabilidades" no âmbito dos tratados internacionais, e garantir que o arsenal do país não venha a ameaçar os seus vizinhos "ou caia em mãos erradas", pedindo ainda que se oponha firmemente à violência extrema.
"A situação permanece vaga, mas é claro que a era de Kadafi chegou ao fim, abrindo a porta a uma nova era na Líbia, uma era de liberdade, justiça e paz", acrescentou, ao considerar que os próximos dias serão "críticos".
Hillary Clinton instou ainda Muammar Kadafi, a sua família e os seus seguidores, para que "ponham fim à contínua violência pelo bem do povo líbio e seu futuro", ao reiterar o compromisso dos Estados Unidos em apoiar o povo e aos seus parceiros internacionais enquanto os líbios "escrevem o próximo capítulo da sua história".
Esta sexta-feira, as Nações Unidas analisam o futuro da Líbia na sequência de uma eventual saída de Muammar Kadafi, numa reunião, através de videoconferência, com representantes da Liga Árabe, da União Africana, da União Europeia e da Organização da Conferência Islâmica.