Relatório do Departamento de Estado norte-americano refere que a situação piorou desde a escalada do conflito na Faixa de Gaza, há sete meses.
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O início da guerra na Faixa de Gaza piorou a situação dos direitos humanos em Israel, denuncia o Departamento de Estado dos EUA, num relatório publicado esta terça-feira. O documento descreve relatos de assassinatos, episódios de tortura e tratamento desumano nas prisões.
O relatório anual revela diversas violações de direitos humanos cometidas em Israel, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza ao longo de 2023, notando que a escalada do conflito entre as tropas israelitas e o Hamas teve um “impacto negativo significativo” neste âmbito. O documento cita “abusos relacionados com o conflito” e destaca “violações extensas” perpetradas pelas Forças de Defesa de Israel, pelo Hamas, pela Jihad Islâmica e “por outros grupos militantes palestinianos”.
Entre os delitos cometidos por Israel, surgem “relatos de assassinatos arbitrários ou desaparecimentos forçados”. No que diz respeito ao tratamento dado aos prisioneiros palestinianos nas cadeias israelitas após a invasão do Hamas, a 7 de outubro, também houve uma degradação das condições. O relatório refere “relatos de tortura sistémica” e traz à tona casos de pessoas que foram espancadas “até à morte”. O Executivo de Benjamin Netanyahu é ainda acusado de violar várias liberdades dos palestinianos, dando como exemplo a negação da sua circulação normal na Cisjordânia.
Processos em curso
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, explicou, em conferência de imprensa, que os EUA estão atentos a estes relatos. “Há processos que estão a analisar os incidentes que foram levantados”, garantiu o responsável, sublinhando que a nação mantém uma postura imparcial no seio destas investigações. “Não muda nada se o país em questão é um adversário ou um aliado”, vincou.
O relatório destaca que as autoridades israelitas tomaram “algumas medidas para identificar e punir funcionários acusados de cometer abusos dos direitos humanos” na Cisjordânia.
No entanto, o Governo de Telavive esclareceu que não vai aplicar “nenhuma medida para condenar funcionários” implicados em alegadas violações que atuam na Faixa de Gaza.