Os EUA e aliados árabes iniciaram, esta terça-feira de madrugada, os raides aéreos contra posições do Estado Islâmico na Síria, abrindo uma nova frente de batalha contra o grupo 'jihadista' após mais de um mês de ataques aéreos no Iraque. Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Qatar são os países árabes da coligação.
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A imprensa norte-americana reportou que cinco estados árabes participaram nos raides aéreos como parte da nova coligação internacional formada para atacar os militantes do Estado Islâmico, que controlam algumas áreas no Iraque e Síria.
"A coligação internacional (liderada pelos EUA) realizou cerca de 20 ataques contra as posições, bases e posições do EI na cidade de Raqa e perto das localidades de Tabqa, Aïn Issa e Alto Abyad, causando mortes entre os 'jihadistas' ", indicou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), sem avançar um número de vítimas.
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Pelo menos 58 pessoas morreram nos bombardeamentos, informou o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Segundo Rami Abdel Rahman, 50 das vítimas mortais eram combatentes da Frente al-Nosra, o ramo sírio da Al-Qaida, mortos num ataque com mísseis contra uma das suas bases em Alepo (norte).
Os restantes mortos eram civis, entre os quais duas crianças e uma mulher, vítimas de um bombardeamento da coligação internacional contra a zona de Kafr Darian, na fronteira entre as províncias sírias de Alepo e de Idleb.
Os Estados Unidos anunciaram na segunda-feira o início da ofensiva internacional contra o Estado Islâmico na Síria, sem referir a Frente al-Nosra, mas, hoje, num comunicado, o Pentágono admitiu ter atacado também bases de um grupo ligado à Frente al-Nosra a oeste de Alepo.
No texto indica-se que aviões norte-americanos atacaram um refúgio do grupo Khorassan esperando ter "impedido a preparação de ataques contra interesses ocidentais" por parte de um grupo composto por "aguerridos veteranos" da Al-Qaida que encontrou refúgio na Síria, "onde pode preparar tranquilamente ataques ou atentados, construir e testar engenhos explosivos e recrutar ocidentais para lançarem esses ataques".
"No total, (...) oito ataques visaram campos de treino, uma instalação de produção de explosivos e munições, um edifício de comunicações e instalações de comando", precisa o Pentágono no comunicado.
Abdel Rahman afirmou que, além das posições da Frente al-Nosra, aviões internacionais alcançaram as bases do Estado Islâmico nas províncias de Raqqa, Deir al Zur, Al Hasaka e Alepo.
O Observatório, que recolhe informação junto de uma rede de militantes da oposição e socorristas no terreno, afirmou por outro lado desconhecer se combatentes do Estado Islâmico foram mortos ou feridos nos ataques.
Segundo a organização, a coligação lançou mais de 50 ataques nas últimas horas.
O porta-voz do Departamento de Defesa norte-americano, o contra-almirante John Kirby, anunciou na segunda-feira que os Estados Unidos e "nações aliadas" iniciaram a ofensiva contra o Estado Islâmico com uma combinação de caças-bombardeiros e mísseis Tomahawk a partir de navios no Mar Vermelho e no Golfo Pérsico.
Fontes oficiais citadas pelos jornais Washington Post e New York Times precisaram que cinco Estados árabes estão envolvidos na ofensiva: Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Qatar.
O governo sírio afirmou hoje que apoia e está preparado para colaborar com "qualquer esforço internacional" contra os grupos 'jihadistas', desde que a soberania nacional e as resoluções internacionais sejam respeitadas.
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou, a 10 de setembro, estar pronto para lançar ataques aéreos contra o Estado Islâmico (EI) na Síria, alargando a campanha já em curso contra os 'jihadistas' no Iraque.
Barack Obama afirmou então que os Estados Unidos iriam liderar uma "ampla coligação" a fim de eliminar a ameaça que o EI representa, mas insistiu que não serão enviadas tropas norte-americanas para combater em território estrangeiro como parte da operação.