Os ministros da Defesa dos Estados Unidos e de França afirmaram hoje que a coligação internacional está a conseguir um recuo do grupo Estado Islâmico na Síria e no Iraque, mas sublinharam a necessidade de "intensificar as ações".
Corpo do artigo
Jean-Yves Le Drian e Ashton Carter, reunidos em Paris com os homólogos de outros cinco países membros da coligação internacional, consideraram por outro lado que a Rússia tem de parar de bombardear grupos da oposição síria que combatem os jiadistas.
"Os nossos esforços estão a dar frutos (...). O 'Daesh' [acrónimo árabe para designar o grupo extremista] recua e conseguimos afetar os seus recursos. É altura de aumentar o nosso esforço coletivo e aplicar uma estratégia coletiva coerente", disse Le Drian.
Carter repetiu a ideia, identificando "três objetivos chave na luta" contra o Estado Islâmico: "destruir o cancro suprimindo os centros de poder em Raqa [Síria] e Mossul [Iraque], combater as metástases deste tumor pelo mundo e proteger as nossas populações".
Sobre a Rússia, aliada do regime de Damasco e que iniciou uma campanha de bombardeamentos na Síria a 30 de setembro de 2015, Le Drian e Carter frisaram a necessidade de Moscovo deixar de atacar a oposição ao regime que combate os 'jihadistas'.
"A Rússia é um ator importante no processo sírio. Consideramos essa posição e manifestamos o desejo de que a Rússia concentre os seus esforços contra o 'Daesh' e pare de atacar os grupos insurgentes que o combatem", disse Le Drian.
"Os russos estão no caminho errado, estrategicamente mas também, nalguns casos, taticamente", disse Ashton Carter. "Enquanto isso não mudar, não existe uma base comum para uma cooperação", acrescentou.
A reunião de hoje juntou em Paris os ministros da Defesa de França, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Itália e Alemanha.
Segundo Ashton Carter, foi combinado convocar os ministros da Defesa de 26 países para uma reunião em Bruxelas a realizar "dentro de três semanas" para discutir operações contra o grupo extremista Estado Islâmico.
"Cada país deve vir preparado para abordar contribuições adicionais para o combate e não hesitarei em envolver e desafiar atuais e potenciais membros da coligação à medida que formos avançando", disse o secretário da Defesa norte-americano.
Carter precisou que o governo do Iraque vai estar na reunião de Bruxelas.