
Reuters
A Administração dos Estados Unidos da América está a ponderar uma série de medidas para aumentar as restrições à posse de armas em geral, segundo noticia a edição deste domingo do jornal "The Washington Post".
Na sequência do incidente mortífero numa escola primária em Newtown, estado de Connecticut, a 14 de dezembro, no qual um atirador, de 24 anos e armado com duas espingardas de assalto, matou 27 pessoas, das quais 18 crianças de seis e sete anos, o debate sobre o acesso e a posse de armas reacendeu-se nos EUA.
Segundo o "The Washington Post", as restrições que o presidente Barack Obama colocou em cima da mesa não se circunscrevem apenas às armas automáticas e de maior calibre, como inicialmente foi noticiado.
Citando várias pessoas envolvidas nas discussões iniciadas pela Administração Obama, o jornal adianta que o grupo de trabalho liderado pelo vice-presidente, Joe Biden, está a considerar seriamente uma série de restrições gerais à lei das armas.
Entre elas estão a verificação obrigatória das histórias de vida dos compradores de armas, o reforço dos exames à saúde mental dos compradores, uma base de dados com o registo dos movimentos e das vendas de armas e multas mais duras para quem transporte armas perto de escolas ou as venda ou ofereça a menores.
A Casa Branca está ainda a elaborar a estratégia de apresentação destas medidas ao Congresso, onde, dada a tensa divisão entre democratas e republicanos, se prevê que o debate sobre eventuais alterações à lei das armas venha a ser longo e difícil, refere o jornal.
A sociedade dos Estados Unidos está muito dividida quanto a uma eventual alteração da lei. Sondagens recentes dão conta de uma maior predisposição dos cidadãos para aceitarem o reforço das restrições a armas de fogo, mas a maioria continua a opor-se a uma proibição mais ampla no que respeita à posse.
Na sequência do massacre de Newtown, alguns estados, como o Arizona, já anunciaram estar a ponderar autorizar os professores a irem para a escola armados, para prevenir futuros incidentes.
A juntar a isto, o lóbi que defende o direito à posse de armas nos Estados Unidos é muito poderoso e tem bastante influência no Congresso. Mas, segundo o The Washington Post, o presidente Obama está a avaliar como contornar isso na estratégia que está a preparar.
O direito a recorrer a armas está protegido nas emendas constitucionais dos Estados Unidos e qualquer alteração tem previamente que ser aprovada por cada um dos 50 estados.
