O Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, classificou, esta quinta-feira, de "inaceitáveis" as condições apresentadas pela Coreia do Norte para iniciar negociações de paz com Washington e Coreia do Sul.
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"É a primeira palavra ou ideia de negociações que ouvimos da parte deles desde que tudo isto começou", disse Kerry numa audiência no Comité de Relações Externas do Senado.
"Portanto estou preparado para olhar para isso como, pelo menos, uma jogada de abertura. Não aceitável, obviamente, e temos de ir mais longe", adiantou.
O regime liderado por Kim Jong-un apresentou, esta quinta-feira, uma lista de condições para retomar o diálogo com Seul e Washington, da qual faz parte o fim das manobras militares conjuntas e o levantamento das sanções da ONU.
"Se os inimigos, os Estados Unidos e o Sul (...) pretendem o diálogo e negociações, deverão adotar estas medidas", declarou a Comissão de Defesa Nacional norte-coreana, num comunicado.
A mesma nota informativa acrescentou que se a Coreia do Sul quer realmente o diálogo e negociações "deverá apresentar desculpas por todas as ações hostis contra a Coreia do Norte".
Em reação, o Governo de Seul qualificou estes requisitos como "incompreensíveis".
A proposta de Pyongyang segue-se a um mês de hostilidades em relação a Washington e ao vizinho do sul, durante o qual ameaçou com um ataque nuclear.
Kerry tem vindo a manifestar-se disposto ao diálogo, se a Coreia do Norte contemplar seriamente conter o seu programa nuclear.
Esta quinta-feira, o secretário de Estado afirmou que Washington não vai regressar a ciclos passados de "aqui vai um pouco de ajuda, mais um pouco disto, e depois falamos" e que o objetivo é "fazer algumas determinações fundamentais".
A China manifestou o seu apoio à proposta de diálogo apresentada pela Coreia do Norte, que impõe várias condições, considerando ser a "única" e a "melhor" maneira de diminuir o clima de tensão na península coreana.
A porta-voz da diplomacia chinesa, que não comentou as condições apresentadas pela Coreia do Norte, reiterou que "todas as partes implicadas" têm um interesse comum na região e uma responsabilidade, que é "manter a paz e a estabilidade na península".