Eurodeputado Carlos Coelho diz que "informação de que os Estados Unidos espiam a Europa não é nada de novo"
O eurodeputado do PSD Carlos Coelho afirmou, este domingo, que a espionagem dos Estados Unidos à Europa "não é nada de novo", comentando uma notícia publicada na revista alemã Der Spiegel.
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"Não me surpreende. A informação de que os Estados Unidos espiam a Europa e as suas instituições não é nada de novo", notou Carlos Coelho, recordando as comissões de inquérito no Parlamento Europeu sobre situações semelhantes.
O social-democrata enumerou o caso Echelon, em 2001, que envolvia espionagem anglófona sobre a Europa e na qual estaria envolvido o Reino Unido.
"Mais recentemente fui presidente da comissão de inquérito das atividades da CIA na Europa e a ideia de que as forças americanas exorbitam das suas competências e exercem uma tutela de espionagem sobre a Europa não é nada de novo", afirmou.
Porém, a Europa deve agora "reagir, do ponto de vista diplomático, porque não esperamos dos aliados esse tipo de comportamento".
"Sob o ponto de vista das proteções, não temos apenas que nos proteger daquilo que consideraríamos apenas os nossos adversários mais tradicionais", disse.
A revista alemã Der Spiegel afirma hoje que a União Europeia era uma dos alvos da Agência Nacional de Segurança norte-americana (NSA), acusada de vigiar comunicações eletrónicas à escala global através do programa Prism.
A União Europeia já questionou as autoridades norte-americanas sobre a alegada espionagem a instituições europeias e disse que espera uma resposta.
"Estamos ao corrente das informações que surgiram na imprensa. Contactámos de imediato as autoridades norte-americanas em Washington e em Bruxelas para as confrontar com as informações publicadas", referiu em comunicado a Comissão Europeia.
"Disseram-nos que vão verificar a exatidão das informações publicadas ontem e nos dariam uma resposta", acrescentou a Comissão, referindo que nesta fase não faz qualquer outro comentário.
O presidente do parlamento Europeu, Martin Schulz, afirmou-se preocupado e chocado com estas informações e a ministra da Justiça alemã, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, também exigiu explicação dos Estados Unidos sobre estas revelações.