Líderes mundiais reuniram-se esta segunda-feira, em Kiev, para os atos solenes dos três anos da invasão da Ucrânia pela Rússia, com Volodymyr Zelensky a esperar que 2025 represente o início de um processo de paz. Na Casa Branca, Donald Trump recebeu garantias de Emmanuel Macron de que a Europa investirá mais na Defesa.
Corpo do artigo
“Este ano deve ser o ano do início de uma paz real e duradoura. Putin não nos dará a paz nem a dará em troca de algo. Temos de conquistar a paz através da força, da sabedoria e da unidade”, discursou o presidente ucraniano, que sugeriu a libertação de prisioneiros. “A Rússia deve libertar os ucranianos. A Ucrânia está pronta para trocar todos por todos, e esta é uma forma justa de começar”, acrescentou.
A presidente da Comissão Europeia anunciou um pacote de ajuda de 3,5 mil milhões de euros. “A guerra na Ucrânia continua a ser a crise mais central e consequente para o futuro da Europa. Putin está a esforçar-se mais do que nunca para vencer esta guerra em campo. A sua meta continua a ser a capitulação da Ucrânia”, disse Ursula von der Leyen.
As discussões em Kiev tiveram a presença de vários líderes, como o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e chefes de Governo europeus, além do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.
Em Washington, o presidente norte-americano garantiu que a guerra pode terminar “dentro de semanas”. Macron assegurou a Trump que a Europa está pronta para aumentar os gastos com a Defesa, destacando, contudo, ser necessário um “forte” envolvimento dos EUA em quaisquer planos para Kiev, incluindo a implementação de forças de manutenção da paz europeias. Para o francês, a paz “não pode significar a rendição da Ucrânia” e que a “lei do mais forte” impere.
Sanções geram protesto de Moscovo
A União Europeia lançou o 16.º pacote de sanções. “Esta nova ronda de sanções não tem como alvo apenas a frota fantasma russa, mas também aqueles que apoiam a operação de petroleiros inseguros, os controlos de videojogos usados para pilotar drones, os bancos utilizados para contornar as nossas sanções e os meios de propaganda utilizados para espalhar mentiras”, esclareceu a chefe da diplomacia de Bruxelas, Kaja Kallas, que espera ainda uma luz verde para um novo pacote de armas para Kiev.
O Kremlin acusou os europeus de continuarem “no caminho de queda livre das sanções, no caminho da convicção da necessidade de continuar a guerra”. Já o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, frisou que a Rússia cessará as hostilidades quando as negociações “produzirem um resultado firme e sustentável que convenha” a Moscovo.
Em destaque
Zelensky com Trump
Donald Trump espera receber Zelensky “esta ou na próxima semana” em Washington.
Diálogo com Putin
O líder norte-americano publicou, na rede social Truth, uma atualização sobre o diálogo com o homólogo russo: “Estou em sérias discussões com o presidente Vladimir Putin da Rússia sobre o fim da guerra e também sobre importantes transações de desenvolvimento económico que vão ocorrer entre os EUA e a Rússia.”
Acordo de minerais
Kiev disse que está nos “estágios finais” para fechar um acordo que dá acesso preferencial aos minerais raros pelos EUA. “Quase não há mais exigências irracionais. Muitos pormenores serão discutidos posteriormente noutro acordo”, disse fonte da Presidência ucraniana à France-Presse.