A imigração foi o tema principal no Conselho Europeu realizado esta quinta-feira, na capital belga. Diversos países veem com bons olhos o modelo italiano, que construiu estruturas para alojar imigrantes na Albânia, com a Aústria a admitir que Síria e Afeganistão poderão ser considerados países “seguros”.
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A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, defendeu a implementação do Pacto da UE em matéria de Migração e Asilo. “Há problemas que ainda não estão resolvidos, é claro, mas é preciso olhar para as possibilidades em cima da mesa e perceber as posições individuais de certos Estados-membros”, admitiu.
Segundo o Gabinete da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, uma reunião pré-Conselho em que participou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, “focou-se no conceito de país terceiro seguro”, bem como nos “centros de retorno”.
Até mesmo países como a Síria e Afeganistão poderão ser considerados seguros para deportação, declarou o chanceler austríaco Karl Nehammer. O chefe de Governo de Viena argumentou que, no caso sírio, muitos estão a regressar ao país por este ser mais seguro se comparado com o Líbano atualmente.
Além das deportações, Alemanha, França, Dinamarca, Suécia, Áustria, Itália e Eslovénia implementaram controlos nas fronteiras terrestres em pleno espaço Schengen. Tudo isto num cenário de menos de um terço do total dos números de 2015 – quando se registaram um milhão de entradas.
Líder do partido mais votado nas legislativas neerlandesas, Geert Wilders celebrou as medidas anti-imigração que Von der Leyen propôs, alegando que um “novo vento está a soprar na Europa”. A declaração ocorreu após um encontro do grupo parlamentar de extrema-direita Patriotas pela Europa.
Portugal disponível sem "portas escancaradas"
Luís Montenegro afirmou que Portugal está disponível para acolher “provindos de países onde as pessoas não veem as suas oportunidades garantidas”, referindo a necessidade de “mão de obra, de mão de obra qualificada, de mão de obra para vários setores de atividade económica”. O primeiro-ministro português esclareceu, no entanto, que “essa abertura não deve confundir-se com uma política de portas escancaradas”.