A Alta Representante da UE para a Politica Externa e de Segurança, Federica Mogherini, afirmou esta segunda-feira que a principal preocupação com a Turquia é que regresse a estabilidade a um país, ainda considerado parceiro pelos 28.
Corpo do artigo
Em conferência de imprensa, após um conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros, Federica Mogherini explicou não ter sido discutido se a Turquia deve continuar a ser classificado como país seguro, mas foi assumido que o país continua a ser "considerado um parceiro" e que os 28 insistem numa "atitude amigável".
A comissária europeia não escondeu, porém, a preocupação com os "números de detenções e vítimas", num "sentido de gravidade e de perigosidade para a estabilidade no país".
Milhares de detenções já foram feitas à luz da falhada tentativa de golpe de Estado na passada sexta-feira na Turquia.
"A primeira preocupação agora é que regresse a estabilidade o mais rapidamente possível", afirmou, aos jornalistas, a chefe da diplomacia, reafirmando a necessidade de "respeito pela ordem constitucional, Estado de Direito, democracia e direitos fundamentais".
Mogherini adiantou estar a decorrer uma coordenação entre a UE "com outros amigos e aliados, como os Estados Unidos" e diálogo com as autoridades turcas, nomeadamente no seu contacto direto com o ministro turco dos Negócios Estrangeiros.
Já esta manhã, ao lado do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, a chefe da diplomacia dos 28 tinha avisado que nenhum país com pena de morte poderá integrar a UE, numa resposta ao Presidente turco, Recep Erdogan, que colocou a a hipótese de repor a pena capital como forma de punir os envolvidos nos acontecimentos de sexta-feira.
Os 28 afirmaram a condenação à tentativa de golpe de Estado, acrescentou.
A Turquia foi alvo de uma tentativa de golpe de Estado na sexta-feira à noite, mas o Presidente, Recep Erdogan, e Governo recuperaram o controlo do país no sábado.
O último balanço do governo turco aponta para 308 mortos entre revoltosos, civis e forças leais a Erdogan e mais de 1.400 feridos.
Segundo o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, mais de 7.500 pessoas foram detidas no âmbito do inquérito à tentativa de golpe de Estado na Turquia, incluindo 6.038 militares, 755 magistrados e 100 agentes da polícia.
A diplomata italiana referiu ainda a unanimidade dos países em manifestar a solidariedade e apoio à França, depois do ataque em Nice, que vitimou, pelo menos, 84 pessoas, quando um homem lançou um camião contra a multidão que festejava o feriado nacional na noite de quinta-feira.
Dos trabalhos de hoje também constaram as relações UE/China, assim como a situação na Venezuela, com Mogherini a informar que irá considerar a sugestão feita por alguns países de enviar um enviado especial para aquele país da América Latina.
Nas conclusões do Conselho de ministros lê-se o apoio da UE aos esforços de José Luís Zapatero, Leonel Fernandez e Martin Torrijos em facilitar um "diálogo urgente, construtivo e eficaz" entre o governo e a maioria parlamentar venezuelana, acrescentando que esta é uma "oportunidade crucial" para alcançar soluções para os vários desafios do país.