Encontro virtual com mais de duas dezenas de líderes este sábado serviu para “coligação de interesses” discutir o futuro da Ucrânia após a invasão russa.
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A reunião realizada de forma virtual e convocada pelo primeiro-ministro britânico, com a presença de mais de duas dezenas de líderes, incluindo o chefe de Governo português, serviu para os países alinhados com Kiev voltarem a pressionar Moscovo a aceitar o cessar-fogo imediato de 30 dias proposto pelos Estados Unidos. Keir Starmer quer debater com a “coligação de interesses” como será a manutenção da paz na Ucrânia.
“Concordámos que continuaremos a aumentar a pressão sobre a Rússia, manteremos a ajuda militar a fluir para a Ucrânia e continuaremos a apertar as restrições à economia russa para enfraquecer a máquina de guerra de Putin e trazê-lo para a mesa das negociações”, pontuou o líder de Downing Street, ao falar com os jornalistas após o encontro. “As nossas Forças Armadas reunir-se-ão na quinta-feira desta semana, aqui no Reino Unido, para pôr em prática planos fortes e robustos para apoiar um acordo de paz e garantir a segurança futura da Ucrânia”, acrescentou o primeiro-ministro britânico.
Além do Reino Unido, a Austrália e a França estão dispostas a enviar tropas de manutenção da paz. O presidente francês, Emmanuel Macron, rejeitou a ideia de que Moscovo tenha alguma palavra sobre a presença de tais soldados. “Se a Ucrânia pedir às forças aliadas para estarem no seu território, não cabe à Rússia aceitar ou não”, afirmou o chefe de Estado gaulês.
O Kremlin já tinha recusado a proposta de militares de países da NATO assegurarem uma eventual trégua. “Esta abordagem, que está a ser imposta pelos europeus, principalmente pela França, mas também pelos britânicos, visa o que acabei de referir: alimentar ainda mais o conflito e impedir quaisquer tentativas de o acalmar”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo em fevereiro.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que Roma não enviará militares ao terreno. A Itália “pretende continuar a trabalhar com os parceiros europeus e ocidentais e com os EUA para definir garantias de segurança credíveis e eficazes”.
Costa e Montenegro
O presidente do Conselho Europeu participou do evento a partir da sede do Ministério da Defesa português, em Lisboa, assim como o primeiro-ministro. “Agora, a Rússia precisa de mostrar real vontade política para acabar com a guerra”, escreveu António Costa na rede social X, frisando o “apoio político, financeiro e militar” da UE. “Seguindo os princípios do direito internacional, estaremos ao lado dos nossos aliados para garantir a paz e a segurança hoje e no futuro”, publicou Luís Montenegro.