
A operação da Europol resultou na apreensão de mais de 25 milhões de euros em Bitcoin
Foto: Justin Tallis / AFP
As autoridades europeias apreenderam mais de 25 milhões de euros em Bitcoin, num esquema que servia para branqueamento de capitais.
Uma operação da Europol, realizada entre 24 e 28 de novembro, em Zurique, na Suíça, encerrou um serviço ilícito de criptomoedas e apreendeu mais de 25 milhões de euros. As autoridades alemãs e suíças cooperaram no desmantelamento do "Cryptomixer", um serviço de criptomoedas usado para fins ilegais, "suspeito de facilitar o cibercrime e a lavagem de dinheiro", indica a agência policial europeia num comunicado emitido esta segunda-feira.
Um "mixer" é um serviço que mistura as moedas dos utilizadores, impedindo o rastreamento da sua origem durante as transações. Quem o usa quer ocultar a proveniência dos ativos digitais, bem como a quem pertencem ou para onde vão. Os "mixers" surgiram como uma solução para proteger o anonimato dos utilizadores em transações de criptomoedas.
Embora os "mixers" de criptomoedas não sejam ilegais, o seu uso pode ser crime se tiver como objetivo atividades ilegais, como lavagem de dinheiro ou outros delitos financeiros. As autoridades estão a fechar cada vez mais "mixers" ligados a atividades criminosas e a processar os utilizadores envolvidos em atos ilícitos através destas plataformas.
A operação da Europol resultou na apreensão de mais de 12 terabytes de dados e mais de 25 milhões de euros em Bitcoin. Em Zurique, foram apreendidos três servidores, juntamente com o domínio "cryptomixer.io".
Ocultava fundos criminosos
Segundo a agência da União Europeia, o "Cryptomixer" facilitava a ocultação de fundos criminosos para grupos de "ransomware" (que bloqueia o acesso do utilizador aos seus ficheiros, exigindo um pagamento para restaurar os dados) e mercados da "dark web" (área obscura da Internet não acessível por meios de motor de busca).
O serviço impedia o rastreamento da origem dos ativos digitais, tornando a plataforma atrativa para cibercriminosos que procuravam "branquear rendimentos ilegais provenientes de uma variedade de atividades criminosas, tais como tráfico de droga, tráfico de armas, ataques de 'ransomware' e fraude com cartões bancários".
Desde que foi criado em 2016, o "Cryptomixer" já "misturou" mais de 1,3 mil milhões de euros em Bitcoin.

